Sertão como palco do mundo: a força do local e a difusão da cultura nordestina em Dom Pantero no Palco dos Pecadores: O Jumento Sedutor, de Ariano Suassuna.
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19540 |
Resumo: | O sertão reúne uma vasta nomenclatura capaz de atribuir-lhe diversos significados, a depender do olhar de quem o aborda. Pela perspectiva da Geografia Física, ele é uma região afastada do litoral, interiorana e pouco povoada, com clima entre semiárido e árido. Para a Geografia Cultural, as imagens a ele ligadas se associam à escassez de recursos naturais, pobreza e aridez. Mas há vários sertões além da região sertaneja. Literariamente ele é pródigo em enredos tanto trágicos quanto cômicos, fatalistas e otimistas; autores fecundos e obras que não cessam de interessar a iniciantes e letrados. Para abordar o tema da teatralidade na vida sertaneja, é necessário reconhecer as fronteiras entre o cenário geográfico e o horizonte literário, onde esse tópico é fecundo. Na discussão desse imaginário, destacamos o influxo das raízes locais, das heranças e memórias que Ariano Suassuna elege para a criação do espaço mítico-poético-imagético que integra o livro I do Romance de Dom Pantero: O Jumento Sedutor (2017). Trazemos o Movimento Armorial, projeto estético idealizado pelo autor e difundido em consonância com outros intelectuais. Para abordar o sertão, lançamos mão dos conceitos de “paisagem”, “espaço”, local” e “lugar” (Claval, 2004, e outros), de cientistas sociais como Antonio Filho (2011), Bhabha (1998); Bourdieu (1989) e Castro (1992). Para a reflexão sobre a mescla de materiais literários e artísticos, além do universo circense, contamos com as contribuições de Newton Júnior (2000), Aby Warburg (2010), Didi-Huberman (2013) e outros. Para dar conta parte iconográfica do texto de referência desta pesquisa, propomos uma articulação entre Suassuna e o historiador da arte Aby Warburg baseada em propostas e conceitos. A partir daí, assinalamos o quanto o espaço ficcional se nutre da fisicidade e da sociologia do sertão; o peso das tradições presentes no sertão, do imaginário coletivo e da memória individual e cultural, da autenticidade de suas raízes ibero-nordestinas. Este trabalho demonstra que o sertão descrito e [re]inventado pelo autor paraibano, em sua obra póstuma, ao conjugar a força do local e o projeto de difusão da cultura nordestina, alcança a universalidade de sua criação romanesca, bem como a revelação do Sertão como metáfora contundente para o palco do Mundo. |