Crias de um (não) lugar: histórias de crianças e adolescentes devolvidos por famílias substitutas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lino, Michelle Villaça
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14716
Resumo: Esse trabalho é fruto de uma pesquisa inquietante sobre adoção e devolução de crianças e adolescentes. Seria possível desistir de um filho? A adoção legal asseguraria a legitimação da paternidade e/ou da maternidade? Se a adoção é uma escolha, por que se devolvem filhos? Requerentes habilitados à adoção, ou não, devolvem crianças e adolescentes, pelos mais variados motivos: inadaptação dos membros da nova família; comportamento da criança; descoberta da gravidez da requerente durante período de adaptação; prazo de estágio de convivência prolongado; demora no julgamento da destituição do poder familiar dos genitores da criança; separação dos requerentes, dentre outros argumentos. Devolução: Dar de volta àquilo que não lhe pertence, não lhe serve; algo provisório. Devolvem-se usualmente objetos. Então por que devolver crianças e adolescentes? Seria o filho adotado objeto de consumo? Seria o estágio de convivência prerrogativa legal para verificar se a relação pode ou não dar certo? Enquanto equipe técnica interdisciplinar, estaríamos preparando e acompanhando satisfatoriamente às adoções que nos chegam? Caber-nos-ia essa função? Aqui, devolução foi tratada como forma de desencanto. A romantização da maternidade/paternidade, o medo, a expectativa/frustração são alguns dos fatores que dificultam a legitimação da adoção. Seria esse um motivo plausível para a devolução de uma criança ou de um adolescente? Desencanto? Ao ser devolvida, a criança retorna para a entidade de acolhimento, o abrigo. Esse (não) lugar, criado por lei, deixa claro sua provisoriedade. Seria esse um lugar possível de a criança significar como sendo seu lar? O que é esse (não) lugar? Apenas alguns dos questionamentos que problematizo na tese. Nessa pesquisa vali-me do meu diário de campo para pôr em análise as histórias das crias crianças e adolescente devolvidas por famílias substitutas. O método utilizado foi a análise de implicação, ferramenta da pesquisa intervenção. Por meio dela, coloquei em análise minhas inquietações, implicações e intervenções advindas do meu campo trabalho. Para compreender o conceito de adoção, vali-me da genealogia vez que o ato de adotar existe desde a antiguidade. Porém, seu percurso histórico é descontínuo. E assim, os capítulos foram construídos, como um rizoma. Independentes, porém, conectados. Não vislumbram dar respostas, mas refletir, por em análise, desconstruir e problematizar os (des)caminhos da adoção e das devoluções a partir das histórias e das bagagens desses infantes