Indícios para uma gramaticografia brasileira do Português para estrangeiros: quando a descrição encontra o ensino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Guerra, Débora Marinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16554
Resumo: A gramaticografia da língua portuguesa costuma ser dividida em dois períodos: o vernaculista e o científico (SILVIO ELIA, 1976). Contudo, o ensino de português para estrangeiros (PLE) possui especificidades que o diferenciam do ensino de português como língua materna (PLM) (GUERRA, 2016) e, portanto, não deve basear sua gramaticografia nos mesmos parâmetros da gramaticografia do PLM (FONSECA, 2017). Nesse sentido, busca-se argumentar a favor de um percurso historiográfico de gramáticas europeias e norte-americana voltadas ao ensino de PLE a fim de encontrar elementos que apontem possíveis bases para se traçar uma gramaticografia brasileira da área de PLE. Para tanto, utilizou-se como metodologia, o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg (1989), através do qual é possível observar indícios na história das gramáticas de PLE que sugerem uma tendência ao uso da comparação entre línguas desde o período vernaculista das gramáticas de PLM. Assim, os resultados encontrados sugerem que ainda no século XVII, antes de surgir o método histórico-comparativo para a investigação linguística e o ensino de línguas (século XIX), que caracteriza o segundo período das gramáticas de PLM, algumas gramáticas de português destinadas ao público não falante desta língua já utilizavam a comparação entre línguas. Além disso, estas gramáticas costumavam dar certa importância ao léxico, algo que nem sempre era frequente nas gramáticas de PLM. Assim, a necessidade de se estabelecer uma sequência cronológica dessas gramáticas importa para reconhecer e preservar a memória do ensino de PLE que começou como uma prática alternativa no passado e tende, na atualidade, a se consolidar como área de estudos autônoma. Isto é o que hoje já se busca fazer em universidades brasileiras