O estudo léxico em gramáticas brasileiras do século XX: uma análise historiográfica.
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35903 |
Resumo: | Quando se trata da gramaticografia de língua portuguesa produzida no Brasil no século XX, o estudo do léxico presente nessas gramáticas novecentistas apresenta fluidez na sua representação, diferentemente do que acontece com o sistema gramatical, cuja descrição nesses compêndios é mais sistematizada. Sendo assim, esta dissertação tem como objetivo geral investigar a proposta de estudo do léxico na gramaticografia brasileira do século XX, sob a luz da Historiografia da Linguística (Koerner, 1996; 2014; Swiggers, 2004; 2010; 2012; 2013; 2015; 2019; Altman, 2004; 2012). Para isso, tecemos comentários sobre a gramatização (Auroux, 2014), mais especificamente sobre a gramatização de língua portuguesa no Brasil, bem como sobre o estudo do léxico (Antunes, 2012; Villalva; Silvestre, 2014; Neves, 2020) em gramáticas. Nosso corpus é formado pelas gramáticas de Pereira (1907), Said Ali (1924), Rocha Lima (1965), Chaves de Melo (1978) e Cunha e Cintra (1985), todas bastante representativas da produção gramaticográfica do século XX. Seguindo os pressupostos teórico-metodológicos da Historiografia da Linguística, temos o conhecimento lexical em gramáticas novecentistas como objeto de estudo e observamos, no âmbito descritivo e interpretativo, em uma pesquisa qualitativa e documental, como as orientações teóricas gerais da produção gramatical do século XX repercutem no tratamento dado ao sistema lexical da língua pelas gramáticas brasileiras deste século, assim como quais orientações estão presentes na abordagem do léxico nas gramáticas analisadas e quais continuidades e/ou descontinuidades há entre as orientações gerais e específicas das gramáticas quanto ao estudo do léxico. Nesse intuito, analisamos como os fenômenos lexicais estão presentes nas gramáticas do nosso corpus, verificando os impactos que a atmosfera intelectual da época teve na descrição do conhecimento lexical, expondo como tais fenômenos foram descritos. Como resultados, podemos inferir que o estudo do léxico foi perdendo espaço nas gramáticas analisadas, partindo de um lugar delimitado – a lexeologia – para uma diluição em partes como fonética, fonologia e morfologia. Além disso, observamos que, na maioria das gramáticas, ainda se perpetua a noção de língua homogênea, ideal e abstrata, sem reconhecer a existência da variação linguística (neste caso, a lexical). Ademais, nas gramáticas de início de século, há uma clara referência ao português europeu como superior e mais culto, em detrimento do falado no Brasil, o que denota uma perpetuação do purismo linguístico, comum à época. Por fim, no que se refere aos fenômenos lexicais dispostos nas gramáticas analisadas, colocando todos em perspectiva, observamos que, a partir das gramáticas do nosso corpus, representativas de um século inteiro, há mudanças significativas na abordagem do estudo do léxico na gramaticografia brasileira, embora sem o destaque dado a uma parte da obra específica para o léxico, como no final do século XIX e início do século XX. |