Comparação de parâmetros da monitorização ambulatorial da pressão arterial em pacientes hipertensos com e sem doença renal crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Gismondi, Ronaldo Altenburg Odebrecht Curi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8800
Resumo: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) e a doença renal crônica (DRC) são duas condições clínicas indissociáveis; a HAS é tanto causa como conseqüência da DRC. O adequado controle da pressão arterial influencia diretamente no ritmo de perda da função renal. A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) possui maior acurácia na medida da pressão arterial em relação ao método convencional em consultório, além de fornecer outros parâmetros prognósticos dos pacientes. O objetivo desse estudo é descrever dados obtidos com a MAPA em pacientes hipertensos com doença renal crônica e compará-los com um grupo com função renal normal. Avaliaram-se pacientes com hipertensão arterial primária, com idade entre 40 a 75 anos, divididos em função da presença (com DRC= 30 pacientes) ou ausência de doença renal crônica (sem DRC = 30 pacientes), definida como filtração glomerular estimada (FGe) < 60 ml/min, estimada pela equação do MDRD. Foram realizadas avaliação clínica e coleta de exames laboratoriais. A MAPA teve duração mínima de 24 horas, e foram analisadas médias pressóricas, descenso noturno, variabilidade da pressão arterial, ascensão matinal, pressão de pulso e índice de rigidez arterial ambulatorial. Os dados são apresentados como média + desvio padrão (DP). No grupo sem DRC, a idade foi de 62,8 ± 9,3 anos e, no grupo com DRC, 63,2 ± 9,1 anos. No grupo com DRC, a média da pressão arterial (PA) medida na consulta foi 144,6 ± 22,7 mmHg (sistólica) e 85,3 ± 9,9 mmHg (diastólica); a média da PA nas 24 horas na MAPA foi 133,3 ± 17,4 mmHg (sistólica) e 79,3 ± 10,5 mmHg (diastólica). No grupo sem DRC a média da pressão arterial na consulta foi 148,7 ± 18,3 mmHg (sistólica) e 86,9 ± 8,7 mmHg (diastólica); a média da PA nas 24 horas na MAPA foi 131,0 ± 17,4 mmHg (sistólica) e 80,8 ± 12,4 mmHg (diastólica). Apesar das médias pressóricas serem semelhantes entre os grupos, os pacientes com DRC utilizaram maior número de classes de anti-hipertensivos quando comparados com o grupo com função renal normal (2,7 ± 1,1 vs 2,2 ± 0,6, p = 0,03). A média do descenso noturno da PA foi menor no grupo com DRC (3,8 ± 8,1% vs 7,3 ± 5,9%, p = 0,05). O índice de rigidez arterial ambulatorial (IRAA) foi maior no grupo com DRC (0,45 ± 0,16 vs 0,37 ± 0,15, p = 0,04). Análise de regressão linear mostrou correlação positiva do IRAA com a idade (r = 0,38, p < 0,01) e pressão de pulso (r = 0,43, p < 0,05), e correlação inversa com o descenso noturno da PA (r = -0,37, p < 0,05). Não houve correlação entre IRAA e a função renal. Este estudo foi o primeiro a comparar pacientes portadores de hipertensão arterial com e sem DRC, com características clínicas semelhantes. Mostrou que a MAPA fornece parâmetros adicionais na avaliação da hipertensão arterial tais como: descenso noturno e o IRAA, que não podem ser avaliados pela simples medida da PA em consultório. Deste modo, sugere-se que pacientes hipertensos com FGe < 60 ml/min podem se beneficiar da realização da MAPA como parte de sua avaliação e estratificação de risco cardiovascular.