Caracterização fenotípica e funcional das células T helper foliculares em indivíduos imunologicamente diferenciados: gestantes, infectadas ou não pelo HIV-1, e portadores de deficiência na produção de anticorpos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kasahara, Taissa de Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20453
Resumo: As células T CD4+ auxiliares foliculares (TFH) são um subtipo de células que regulam o desenvolvimento da imunidade humoral por promover a produção de plasmócitos produtores de anticorpos e células B de memória de longa duração. Classicamente, as células TFH são identificadas pela alta expressão de CXCR5 associado a uma elevada produção de IL-21. Entretanto, diferentes condições ambientais e genéticas podem interferir com o status funcional dessas células. Assim, o objetivo geral dessa tese foi estudar as células TFH circulantes (cTFH) em indivíduos imunologicamente diferenciados, gestantes, infectadas ou não pelo HIV-1, e pacientes com imunodeficiência comum variável (CVID). Nesse sentido, nossos resultados mostraram que a gestação, em mulheres saudáveis, favorece a expansão das células T CD4+CD45RO+CXCR5+, coexpressando ou não os marcadores CXCR3, PD-1 e ICOS. Além disso, a gestação também elevou a porcentagem de células cTFH CXCR3+ produtoras de IL-21, IL-10 e IL-6. De forma interessante, foi observado uma correlação positiva entre a porcentagem das células TFH CXCR3+PD-1+, assim como do subtipo IL-21+, com os níveis séricos de estrogênio e dos anticorpos anti-citomegalovírus (CMV) e anti-vírus da hepatite B (HBs). Portanto, a gestação deve alterar o comportamento das células TFH em situações adversas, tal como na infecção pelo HIV-1. Como esperado, a infecção viral reduziu a frequência de diferentes subtipos de células TFH circulantes, no entanto, a ocorrência de gestação potencializou a capacidade da terapia antirretroviral (TARV) em acelerar a recuperação funcional desses linfócitos que foi determinada pela habilidade em liberar IL-21 e auxiliar as células B autólogas a produzir IgG em sistemas de co-cultura. Adicionalmente, incremento na porcentagem das células TFH IL-21+ após TARV foi diretamente correlacionado aos níveis plasmáticos de estrogênio e aos títulos de IgG anti-HBs e anti-toxoide tetânico (TT). Além das imunodeficiências adquiridas, algumas imunodeficiências primárias comprometem a produção de anticorpos, o que pode estar associado a alterações nas células TFH. Nossos resultados mostraram uma redução na porcentagem de células cTFH17 em pacientes com CVID e um aumento na razão de células TFH/células T reguladoras foliculares (TFR) apenas em pacientes que apresentam comorbidades de fundo autoimune. Além disso, a porcentagem de células cTFH produtoras de IL-21 foi diretamente relacionada com a porcentagem de células B CD27+IgD- nos pacientes com CVID. Coculturas com células cTFH e células B de memória mostraram que alguns pacientes com CVID são capazes de produzir níveis de anticorpos similares ao grupo controle enquanto que outros não. No entanto, as células cTFH dos pacientes que não produziram imunoglobulinas in vitro foram capazes de auxiliar as células B de indivíduos controle a produzirem anticorpos, sugerindo um defeito intrínseco nas células B para produzir ou secretar imunoglobulinas.