Estudo da biologia das células T auxiliares foliculares circulantes em condições imunológicas distintas: gestação, infecção pelo HIV-1 e em pacientes com desordens do espectro da neuromielite óptica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Clarice Monteiro Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19439
Resumo: As células T CD4+ auxiliares foliculares (TFH) são um subtipo de células responsáveis por regular o desenvolvimento da imunidade humoral através da promoção da indução de plasmócitos secretores de anticorpos e células B de memória de longa duração. Classicamente, as células TFH são identificadas pela alta expressão de CXCR5 associado a uma elevada produção de IL-21. Entretanto, diferentes condições ambientais e genéticas podem interferir com o status funcional dessas células. Assim, o objetivo geral dessa tese foi estudar a biologia das células TFH circulantes em gestantes, infectadas ou não pelo HIV-1, e em mulheres com diagnóstico definitivo de NMOSD. Adicionalmente, avaliamos os mecanismos de atuação de dose relacionada à gestação de estrogênio e progesterona no status funcional desses linfócitos. Nesse sentido, nossos resultados mostraram que a gestação, em mulheres saudáveis, favorece a expansão das células T CD4+CD45RO+CXCR5+, coexpressando ou não os marcadores CXCR3, PD-1 e ICOS. Além disso, a gestação também elevou a porcentagem de células TFH CXCR3+ produtoras de IL-21, IL-10 e IL-6. De forma interessante, foi observado uma correlação positiva entre a porcentagem das células TFH CXCR3+PD-1+, assim como do subtipo IL-21+, com os níveis séricos de estrogênio e dos anticorpos anti-citomegalovírus e anti-antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg). De forma interessante, a ocorrência de gestação acelerou a recuperação numérica e funcional das células TFH circulantes em mulheres infectadas pelo HIV-1 após a introdução da terapia antirretroviral (TARV), amplificando sua capacidade em auxiliar as células B autólogas a produzir IgG em sistemas de cocultura. Adicionalmente, incremento na porcentagem das células TFH IL-21+ após TARV foi diretamente correlacionado aos níveis plasmáticos de estrogênio e aos títulos de IgG anti-HBs e anti-toxoide tetânico (TT). Ao avaliar o efeito direto dos hormônios gestacionais sobre as células TFH, o estrogênio elevou a porcentagem de cTFH, cTFHICOS+, cTFH IL-21+ e IL17+; e de células B de memória, enquanto a progesterona, com o auxílio do estrogênio, elevou, in vitro, não apenas a porcentagem de plasmócitos secretores de anticorpos, como também a porcentagem de células TFR IL-10+, subtipo celular conhecido em evitar a produção de autoanticorpos em doenças autoimunes humorais, tal como a NMOSD. Nesse sentido, nossos resultados mostraram que pacientes com NMOSD produtores de IgG anti-AQP4 possuíam uma maior frequência de células TFH IL-6+ e IL-17+, que foram diretamente correlacionadas com a atividade clínica da doença, como também menor porcentagem de células TFH IL-10+. Em resumo, nossos resultados sugerem que elevados níveis de estrogênio e progesterona favorecem a expansão e diferenciação de células TFH funcionais, o que pode estar atrelado a uma melhor resposta humoral específica contra patógenos, mas que pode impactar negativamente no desfecho de doenças autoimunes mediadas por autoanticorpos, tal como a NMOSD.