Prevalência e fatores associados às condições musculoesqueléticas em adultos brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bezerra, Mariana Alonso Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4384
Resumo: As doenças crônicas não transmissíveis representam negativamente alto impacto para os sistemas de saúde no Brasil e no mundo. Dentre as doenças crônicas mais frequentes, as condições musculoesqueléticas compreendem um grupo de enfermidades, caracterizadas por dor e inflamação, que influenciam o estado físico, a qualidade de vida e a capacidade funcional dos indivíduos. No Brasil, observa-se uma escassez de estudos epidemiológicos que tenham investigado a dimensão de tais condições na população adulta, assim como dos principais determinantes associados. O presente estudo teve como objetivo estimar a prevalência de condições musculoesqueléticas crônicas não relacionadas à trauma e sua associação com fatores demográficos socioeconômicos, comportamentais e clínicos. Este estudo transversal utilizou dados secundários da Pesquisa Nacional de Saúde, um inquérito de base nacional, domiciliar, conduzido em 2013 entre 60.202 adultos com 18 anos ou mais. A variável de interesse foi avaliada pelo autorrelato de diagnóstico médico de artrite ou reumatismo e problemas na coluna vertebral. As variáveis foram analisadas através de modelo hierárquico de determinação. Foram calculadas as prevalências de condições musculoesqueléticas crônicas e seus respectivos intervalos de 95% de confiança, para o Brasil e cinco regiões. As razões de prevalência (RP) para as associações em estudo foram obtidas através de regressão de Poisson com variância robusta. Dentre os 60.202 indivíduos avaliados, 21,6% apresentaram condições musculoesqueléticas crônicas, com prevalências predominantes na região sul do Brasil, no sexo feminino, nos idosos, nos indígenas, naqueles que viviam com companheiro, nos indivíduos socioeconomicamente mais carentes, em moradores de área rural, nos fumantes diários, naqueles que não consumiam bebida alcoólica, nos sedentários, naqueles com alto IMC, nos deprimidos e nos que conviviam com três ou mais morbidades crônicas. Na análise multivariada, houve forte associação com a idade avançada (RP = 3,61; IC95% 3,27-3,98) e com a presença de outras doenças crônicas, como depressão (RP = 1,69; IC95% 1,57-1,81) e multimorbidades (RP = 1,94; IC95% 1,77-2,12). Os resultados obtidos mostram a prevalência elevada de condições musculoesqueléticas crônicas na população adulta brasileira. Face ao processo de envelhecimento populacional e às morbidades crônicas em crescimento progressivo, este estudo reforça a necessidade de estratégias de controle e políticas de manejo da população que sofre com condições crônicas musculoesqueléticas.