Caracterização geoquímica e geocronológica da Suíte São Bento dos Torres na região de Ibertioga – MG: implicações geotectônicas
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Geociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19847 |
Resumo: | A acreção diacrônica de fragmentos crustais arqueanos levou a amalgamação do Paleocontinente São Francisco na Orogênse Minas. Nesse contexto de interações entre diversos arcos magmáticos e microplacas, dados obtidos neste trabalho nos leva a sugerir que a resultante das forças de tração (slab pull) da litosfera oceânica na subducção com o Complexo Mantiqueira (2,2-2,1 Ga) a leste, associado a amalgamação a oeste à margem do Paleocontinente São Francisco (2,1 Ga), levou a uma tectônica extensional no Bloco Piedade com a geração de um intenso magmatismo bimodal intraplaca representado pela Suite São Bento dos Torres aqui descrita (2,08 Ga). Os dados petrográficos investigados dessa Suite mostram dois grupos de rochas metabásicas, tipificados por metagabros e anfibolitos, associados a metadiorito, biotita gnaisse e hornblenda-biotita gnaisse. Os metagabros possuem texturas ígneas preservadas com núcleos de piroxênio reliquiar e reações de substituição indicando um metamorfismo progressivo superposto a partir das bordas. Os anfibolitos apresentam paragênese de fáceis epidoto-anfibolito com actinolita acicular, hornblenda com pleocroísmo verde azulado e coronas de epidoto. Em relação aos metagranitoides, as paragêneses encontradas também indicam mineralogia e texturas de fáceis anfibolito, sendo as fases máficas representadas por biotita e anfibólio, com piroxênio ausente. Análises geoquímicas mostram uma afinidade toleítica para os metagrabros e metadioritos, sendo um grupo com assinatura NMORB e dois grupos com assinatura EMORB, estes últimos se diferenciando no grau de fracionamento e conteúdo de terras raras leves. A variabilidade composicional sugere a fusão de domínios distintos, com participação de um componente astenosférico e do manto sublitosférico enriquecido, propiciado por processos distensivos que levaram à ascensão da astenosfera. Os metagranitoides foram separados em dois grupos, ambos com alto índice de peraluminosidade e assinaturas que sugerem fusão parcial de litologias crustais, com a presença de significante contribuição de um protólito sedimentar para o Grupo 4 e um componente ígneo para o Grupo 5. Apresentam εNd(t) fortemente negativo (-8 a -11) e altas razões 87Sr/86Sr(i) (0,71375 a 0,73620), compatível com a evolução isotópica do Bloco Piedade. Possivelmente a colocação dos magmas básicos na base da crosta gerou condições para a fusão crustal e geração dos granitoides aqui estudados. Análises geocronológicas de U-Pb em zircão mostram idades de 2078±4 Ma e 2080±4,9 Ma para a cristalização dos litotipos toleíticos. O modelo tectônico ora proposto representa os estágios finais da colisão entre o Paleocontinente São Francisco, os arcos magmáticos Sideriano-Riaciano registrados no Cinturão Mineiro e o Bloco Piedade, estimada em 2.1 Ga, ao mesmo tempo que representa o estágio pré-colisional com relação ao Complexo Mantiqueira, com colisão estimada em 2,05 Ga. |