O Arco Piratini : implicações na evolução do Cinturão Dom Feliciano (Brasil-Uruguai)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Vieira, Daniel Triboli
Orientador(a): Koester, Edinei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204875
Resumo: O Cinturão Dom Feliciano, setor sul da Província Mantiqueira, se estende desde Punta del Este, no Uruguai, até o leste de Santa Catarina. Essa faixa móvel representa o registro da colisão entre diversos crátons, microplacas e blocos e o encerramento de pelo menos duas bacias oceânicas durante a amalgamação do paleocontinente Gondwana Ocidental no ciclo orogênico Brasiliano-Panafricano, o que reflete a sua complexa história geológica durante sua evolução geotectônica. Essa evolução está comumente relacionada a três estágios principais: Brasiliano I (clímax em torno de 900-700 Ma, correspondendo às Orogenias Passinho e São Gabriel e ao encerramento do paleo-oceano Charrua-São Gabriel); Brasiliano II (clímax em torno de 640-620 Ma, correspondendo à Orogenia Dom Feliciano nos domínios Central e Oriental, representado por intenso magmatismo continental e retrabalhamento crustal); Brasiliano III (em torno de 595-560 Ma, com geração de magmatismo granítico pré- a sintectônico, relacionado aos eventos colisionais finais do ciclo orogênico Brasiliano-Panafricano e encerramento do paleo-oceano Adamastor). O presente trabalho retoma a hipótese de uma orogenia em torno de 780 Ma registrada na porção centro-leste do Cinturão Dom Feliciano, denominada como Orogenia Piratini. Essa orogenia estaria relacionada ao encerramento do paleo-oceano Charrua e à convergência entre terrenos paleo-sulamericanos e paleo-africanos, este último representado por uma microplaca ou fragmentos do Cráton Kalahari durante a fragmentação do paleocontinente Rodínia, gerando um arco magmático continental neoproterozoico denominado de Arco Piratini. O Arco Piratini é caracterizado como um arco do tipo andino com atividade magmática entre 780-680 Ma, representado pelos ortognaisses Cerro Borri, no Uruguai, e Piratini, Várzea do Capivarita, Chácara das Pedras e Arroio Pedrado no Brasil. O presente trabalho propõe que a Orogenia Piratini culminou com a amalgamação entre o Arco Piratini e a margem leste do Cráton Rio de La Plata em torno de 660 Ma, idade do metamorfismo de alto grau registrado tanto nos ortognaisses que compõe o Arco Piratini quanto nas rochas supracrustais associadas (e.g. Suíte Metamórfica Chafalote, Uruguai). O evento colisional é seguido por um evento de descompressão em torno de 640-605 Ma, gerando a fusão parcial das rochas relacionadas à Orogenia Piratini. Esse evento estaria relacionado à nucleação de zonas de cisalhamento dúcteis em zonas de sutura (por exemplo, a Zona de Cisalhamento Transcorrente Dorsal de Canguçu, possivelmente relacionada à Sutura de Porto Alegre) e granitogênese associada, culminando no retrabalhamento das rochas relacionadas ao Arco Piratini dando origem em partes aos granitoides peraluminosos que ocorrem na porção centro-leste do Cinturão Dom Feliciano.