O conceito de vida nas Ciências Biológicas
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18510 |
Resumo: | O que é vida? Esta pergunta certamente transcorreu a história da civilização até os dias atuais, ensejando a busca por respostas, desde o homem comum até cientistas e filósofos. Em épocas remotas, alguns filósofos admitiam ser um fenômeno da enteléquia que anima a matéria. Na visão materialista, a vida se mostra como uma forma particular da existência cujos processos metabólicos obedecem a leis determinadas, verificadas através da experiência objetiva. Ainda, assim, tal questionamento permanece até a atualidade, momento em que a exploração espacial, as tecnologias de informação e comunicação avançadas, e manipulação de DNA, dentre outras descobertas, são realidades que igualmente reacendem o debate sob novas vertentes. Na biologia, a vida constitui-se como objeto empírico central, tendo como tese dominante a de que ela se atrela a um fenômeno natural, pautado em propriedades operacionais, o que dificulta a definição para a discussão de um conceito de vida, por ser esta entidade uma reificação do processo de viver. A presente tese visa contribuir para a discussão do conceito de vida, através da análise filosófica. Com isso, por meio da presente pesquisa, resgatou-se algumas noções de vida a partir de sua origem, recorrendo aos mitos como tese explicativa, seguida pelo embate entre vitalistas e fisicalistas como forma de levantar os aspectos teóricos dessa discussão que se intensificou a partir do século XVII. Ainda, assim, fruto desse embate, o organicismo associado ao emergentismo, posição filosófica materialista e não reducionista surge como terceira via na tentativa de explicar o fenômeno vida. Nesse seguimento, fez-se necessário recorrer à teoria de conceitos, delineando-a a partir dos domínios da ciência e, mais especificamente, na biologia, considerando seus padrões explicativos por se tratar de uma ciência autônoma. Adicionalmente, endossamos e/ou ressignificamos requisitos necessários para a caracterização do conceito de vida, como generalidade, coerência, não vitalismo, elegância conceitual e especificidade. Com intuito de organizar e sistematizar as diferentes concepções de vida e seus respectivos autores, foi formulado um quadro, classificando-as em fortes, fracas e negacionistas. Além disso, como forma de tematizar o presente debate, reforçado pela pandemia do COVID-19, recorreu-se aos vírus que não se enquadram à teoria celular, localizandos na fronteira da vida e não vida. As concepções de Dupré acerca do metabolismo colaborativo e da ontologia do processo, intermediaram a proposição de um conceito de vida entre as concepções fortes e fracas. Como conclusão do presente trabalho, sugerimos a vida como uma hierarquia de processos biológicos colaborativos, que se estabilizam mutualmente conforme as contingências presentes na teia de sistemas integrados, com capacidade de formar linhagens sujeitas às pressões seletivas, resultando em neguentropismo, coevolução biológica e homeostasia. Com isso reafirmamos o processo no continuum da vida que vê nos sistemas vivos, hierarquias de processos em uma variedade de escalas temporais e espaciais. |