Vórtices da Corrente das Agulhas e suas implicações na distribuição e ecologia do picoplâncton, nanoplâncton e microplâncton no Oceano Atlântico Sull

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ribeiro, Caio Cesar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16582
Resumo: Da terminação sudoeste da Corrente das Agulhas, vórtices anticiclônicos são emitidos e derivam pelo Oceano Atlântico Sul. A formação dos vórtices na retroflexão da Corrente das Agulhas desempenha um papel essencial na circulação termohalina, no clima e na dispersão e ecologia do plâncton. Este estudo é baseado no cruzeiro FORSA, que partiu da Cidade do Cabo (África do Sul), cruzando o Atlântico até Arraial do Cabo (Brasil) em Junho-Julho de 2015, onde três vórtices da Corrente das Agulhas de diferentes idades (E1, sete meses; E3, onze meses; E5, vinte e quatro meses) foram amostrados para coletas discretas de água. Nas amostras destinadas à avaliação da comunidade planctônica foram realizadas as seguintes análises: i. densidade e biomassa do picoplâncton (bacterioplâncton e picoeucariotos); ii. análise da densidade, biomassa e composição dos protistas nanoplanctônicos e iii. densidade, biomassa, composição e diversidade funcional dos protistas microplanctônicos. O picoplâncton foi analisado através de citometria de fluxo, enquanto as comunidades nano e microplanctônicas foram analisadas através de microscopia de campo claro e contraste de fase. As estações foram: um ponto de coleta controle fora, e três estações dentro do vórtice (na borda, no meio e no centro). O E1, vórtice mais jovem, apresentou as menores temperaturas e salinidades e maior fluorescência, e as maiores concentrações de NID, especialmente o nitrito; e o fosfato. A densidade do picoplâncton muda nos vórtices mais antigos, que perderam vorticidade e a mistura de nutrientes altera a comunidade do picoplâncton. Quanto ao picoplâncton autotrófico, Prochlorococcus sp. e Synechococcus sp. foram abundantes nos vórtices, o primeiro apresentando as maiores densidades e o segundo as maiores biomassas. Estes dois gêneros demonstraram competição no ambiente dos vórtices, com uma correlação negativa entre densidades. Bactérias heterotróficas foram o grupo com a maior densidade e biomassa em quase todas as estações e profundidades, reforçando que as bactérias têm um papel vital na remineralização da matéria orgânica, principalmente no centro dos vórtices. A densidade dos grupos nanofitoplanctônicos demonstrou que os fitoflagelados foram dominantes em E1, mas as cianobactérias foram dominantes em todas as outras estações sobre os fitoflagelados e dinoflagelados. Em E5, a densidade celular era muito maior do que nos outros vórtices, principalmente na estação central. A maior densidade de cianobactérias no vórtice E5 (2 x 105 células.L-1) reforça a importância desses organismos autotróficos para o oceano tropical oligotrófico. Na comunidade microplanctônica foi evidente o aumento na riqueza de espécies com a diminuição da intensidade dos vórtices no sentido oeste. O microplâncton continha principalmente dinoflagelados mixotróficos e cianobactérias adaptadas a condições oligotróficas. Isso se encaixa na teoria da neutralidade, uma vez que a estratégia funcional foi à mesma, onde os recursos são escassos, e há seleção das espécies que melhor utilizam a fonte de nutrientes ou utilizam de vantagens evolutivas para viver em um ambiente oligotrófico.