Reconstrução do sistema carbonato marinho no Atlântico Tropical Oeste: tendências e variabilidades em 20 anos de projeto PIRATA (8°N 38°W)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Assis, Carlos Augusto Musetti de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
pH
CO
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17137
Resumo: O Atlântico Tropical Oeste é uma importante região oceânica quanto à dinâmica do CO2 por apresentar a entrada de grandes volumes de água doce. Este estudo reconstruiu o sistema carbonato marinho superficial de 1998 a 2018 usando dados de temperatura na superfície do mar (SST) e salinidade na superfície do mar (SSS) da boia PIRATA a 8°N 38°W, assim como descrever sua variabilidade ao longo do tempo. Dois modelos empíricos foram usados para calcular a alcalinidade total (TA) e o carbono inorgânico dissolvido (DIC) a partir da SSS. Partindo destes dois parâmetros, além dos dados de SSS e SST, foi possível calcular também os valores de pH, em escala total, e fugacidade de CO2 (fCO2). Apenas DIC, pH e fCO2 mostraram uma tendência estatisticamente significativa no tempo, onde DIC apresentou aumento de 0,717 ± 0,108 μmol kg-1 ano-1, pH diminuiu 0,0014 ± 0,0001 unidades de pH ano- 1 e fCO2 teve aumento de 1,539 ± 0,028 μatm ano-1. Duas estações diferentes foram observadas: uma estação seca de janeiro a junho, com valores mais baixos de SST (de 26,6 a 27,7°C) e valores estáveis de SSS em torno de 36, período em que a ITCZ está sobre o continente sul- americano, a pluma do rio Amazonas seguindo para oeste e a ressurgência equatorial é menos ativa, e uma estação chuvosa de julho a dezembro, com valores maiores de SST (de 27,4 a 29°C) e a SSS apresentou maior variabilidade (de 34,3 a 35,7), período em que a ITCZ está mais ao norte, a pluma do rio Amazonas segue para leste e a ressurgência equatorial é mais ativa. Junto com isso, TA, DIC e pH variaram positivamente com SSS, com valores mais elevados (TA média de 2350 μmol kg-1, DIC médio de 2025 μmol kg-1 e pH médio de 8,060) durante a estação seca e valores mais baixos (TA em torno de 2300 μmol kg-1, DIC em torno de 1990 μmol kg-1 e pH em torno de 8,050) durante a estação chuvosa. Por outro lado, fCO2 variou positivamente com SST, com valores mais elevados (em torno da média de 390 μatm) durante a estação chuvosa, marcada pela ressurgência mais intensa, e valores mais baixos (cerca de 385 μatm) durante a estação seca, mostrando que tanto a variação na SSS quanto na SST desempenha um papel importante na solubilidade do CO2 na região. Além da sazonalidade, o El Niño-Oscilação Sul provavelmente desempenhou um papel importante na variabilidade do sistema carbonato, uma vez que as variações com período maior que 1 ano coincidiram com impactos observados no Atlântico tropical e na bacia amazônica relacionados ao fenômeno El Niño.