Impacto de intervenção baseada em arquitetura de escolhas no consumo de alimentação escolar e de água: ensaio randomizado de base escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Antunes, Anna Beatriz Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17430
Resumo: Considerar o contexto e o ambiente em que os indivíduos realizam suas escolhas é uma possível estratégia para melhorar escolhas alimentares. A partir do conceito de arquitetura de escolhas, têm sido sugeridas intervenções que influenciem positivamente as decisões dos indivíduos, promovendo assim hábitos alimentares saudáveis. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar o impacto de uma intervenção baseada em arquitetura de escolhas aplicada em refeitórios e bebedouros escolares sobre o consumo da alimentação escolar e de água. Foi conduzido um ensaio comunitário randomizado em sete escolas públicas (três do grupo controle e quatro do grupo intervenção) do município de Duque de Caxias/RJ no ano de 2017, com escolares do quinto e do sexto ano. As escolas do grupo intervenção foram expostas a alterações no ambiente escolar baseadas em estratégias de arquitetura de escolhas que incluíram: (1) confecção de um banner colorido para o cardápio diário da alimentação escolar, posicionado na parte externa do refeitório; (2) colocação de toalhas de mesa impermeáveis no refeitório; (3) confecção de displays e cartazes com frases e imagens de incentivo a hábitos alimentares saudáveis; (4) alocação de recipientes grandes e transparentes para as frutas permanecerem em destaque no refeitório; (5) elaboração de dois personagens super-heróis para incentivo ao consumo de água, frutas e verduras e; (6) inclusão de pegadas coloridas no chão que direcionavam ao refeitório e ao bebedouro escolar. A fim de avaliar o efeito da intervenção, após um mês de exposição, sobre a taxa de variação no tempo do consumo da alimentação escolar, do consumo diário de água e do consumo diário de água no bebedouro escolar, foram realizadas análises longitudinais, por intenção de tratamento, utilizando modelos de equações de estimação generalizadas para medidas repetidas. Ao todo, foram analisados dados de 982 escolares (grupo controle=363; grupo intervenção=619). Na linha de base, cerca de 46,9% dos escolares eram do sexo feminino, com idade média de 12 anos, 39,3% relataram consumo diário da alimentação escolar, 54,9% consumiam cinco ou mais copos de água ao dia e 45,7% consumiam água no bebedouro escolar três ou mais vezes ao dia. Houve aumento significativo na chance de aumentar o consumo diário de água no bebedouro escolar no grupo intervenção quando comparado ao grupo controle (OR= 1,42 IC95%= 1,05; 1,93). Para as demais variáveis de desfecho, o efeito não foi significativo. No que diz respeito ao consumo de água, estratégias de baixo custo e complexidade, baseadas no conceito de arquitetura de escolhas, podem ser promissoras para a promoção do seu consumo no ambiente escolar.