A capital-sol do Império: ideias mudancistas na construção intelectual do Estado Nacional brasileiro (1808 – 1877).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mello, Guilherme Jesus Pires de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19678
Resumo: O iluminismo português valeu-se do despotismo ilustrado como programa para modernização do Reino de Portugal no século XVIII. A agenda de reformas do Marquês de Pombal e depois de seu discípulo d. Rodrigo de Sousa Coutinho, apoiado no binômio racionalização e concentração de poder, previa uma valorização estratégica de seus domínios ultramarinos no Brasil como forma de assegurar o futuro da Coroa portuguesa. Essa agenda alimentou ideias autocráticas de interiorização da capital quando do “abrasileiramento” do programa do “Grande e Poderoso Império luso-brasileiro” em Hipólito da Costa, José Bonifácio e Francisco de Varnhagen no século XIX. O mudancismo, entendido como as ideias de transferência da capital do Rio de Janeiro para o interior do Brasil, se insere em diferentes propostas de modernização do país como resposta para o problema da percepção de atraso e da condição periférica do Pensamento Político brasileiro. Dois paradigmas orientam esses projetos de modernização: o federalismo-oligárquico dos nativistas e o autoritarismo- burocrático dos reformistas ilustrados. A dissertação terá como objeto o segundo, o autoritarismo-burocrático, majoritário durante o século XIX por influência do projeto monarquista. Hipólito e Bonifácio, representantes do reformismo ilustrado, foram fundamentais no “abrasileiramento” do programa autoritário-burocrático durante os eventos que levaram à Independência do Brasil; Varnhagen, por seu turno, foi o principal nome do mudancismo durante o Segundo Reinado. Suas ideias de transferência da capital eram frutos de uma visão autocrática de política orientada pelo paradigma da geopolítica. Sua cidade, idealizada no coração do Brasil, deveria figurar como uma cidade-sol, pairando sobre o território brasileiro, submetendo todas as províncias à Coroa e ao interesse nacional, difundindo as luzes por todo o mapa. A dissertação se propõe a analisar como a démarche mudancista destes três autores se insere no processo de construção intelectual do Estado Nação brasileiro e de que forma a capital-sol se relaciona com o projeto autoritário-burocrático representado pela Coroa brasileira.