Educação Física e a cultura corporal na BNCC e no livro didático “Manual do Professor”: uma análise crítica do discurso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Valladão, Giovanni Rafael Romano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ACD
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20882
Resumo: O presente estudo teve como objetivo compreender e analisar, através da Análise Crítica do Discurso (ACD) de Norman Fairclough, os discursos sobre Educação Física e cultura corporal, articulados na/sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no livro didático “Presente Mais Educação Física: Manual do Professor (3º a 5º ano: ensino fundamental: anos iniciais)” de autoria de Suraya Darido e colaboradores. A ACD de Norman Fairclough nos ofereceu arcabouço teórico-metodológico fundamental para compreender a ampla e profunda relação entre ideologia, hegemonia, discurso, documentos oficiais e livros didáticos, como produtos históricos, carregados dos valores da classe dominante. A ACD nos permitiu evidenciar, em seus aspectos pragmáticos, as posições contrárias e favoráveis de renomados teóricos da Educação Física sobre a BNCC: Elenor Kunz, Valter Bracht, Mauro Betti, Lino Castellani Filho e Celi Taffarel. Também foram evidenciadas as intertextualidades e interdiscursividades tanto na BNCC de Educação Física quanto no "Manual do Professor" com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e suas influências de ordem neoliberal. O empresariado educacional organizado defendia/defende na BNCC o “combate aos preconceitos” e a “superação de estereótipos e preconceitos expressos nas práticas corporais”, desde que isso ocorresse sem uma discussão crítica, no texto, das questões de classe. Há tanto na BNCC de Educação Física quanto no “Manual do Professor” discursos que se propõem (e impõem) a hegemonizar o retorno da esportivização e promovem a concepção da cultura corporal dentro de uma perspectiva utilitarista. Neste “manual” utilizam fotografias de esportes, como: golfe, softbol, polo, polo aquático, futebol americano, hóquei no gelo e beisebol. No caso do beisebol, especificamente, as fotografias desses esportes desempenham um papel discursivo de ensinar ao professor as regras e impor a sua prática nas aulas, assumindo ser um esporte "pouco praticado no Brasil" e "pouco comum em nossa cultura". Concluímos e defendemos que tanto os autores da BNCC de Educação Física quanto do livro didático “Manual do Professor” apropriam-se do discurso político progressista para manipular, uma vez que não são valorizadas as reflexões críticas sobre a realidade, a sociedade, as estruturas de poder e opressão.