Febrônio Índio do Brasil na imprensa carioca (1919 1939)
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15221 |
Resumo: | Durante os anos 1920 e 1930 a imprensa carioca se debruçou sobre os crimes cometidos por Febrônio Índio do Brasil (1895-1984), um indivíduo natural de São Miguel de Jequitinhonha (MG) e que havia chegado ao Rio de Janeiro quando contava cerca de 14 anos de idade. A literatura a seu respeito informa que abandonou o lar devido aos maus tratos infligidos por seu pai, reconhecido como alguém violento e que frequentemente agredia aos membros de sua família. Ao passar pela Praça Tiradentes e se envolver em um jogo de azar, Febrônio esgotou seus recursos financeiros e, este evento, marcou o início de sua passagem composta por crimes de diversas ordens. No decorrer de sua passagem pela então capital da República, Febrônio roubou, cometeu assassinatos, exerceu ilegalmente algumas profissões, como as de médico e dentista, além de outras infrações. Sendo reincidente nos crimes que cometeu, atraiu a atenção dos noticiários daquele período (1919 1939), despertando também o interesse de médicos e juristas, preocupados em compreender as razões que levam alguém a cometer crimes contra a ordem social vigente. Foram investigados três jornais: Correio da Manhã, A Noite e O Paiz. O acesso a estes periódicos foi possível através da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional (http://memoria.bn.br/). Inicialmente realizou-se uma busca minuciosa em todos os números destes jornais entre os anos citados. Após identificar as matérias, foram transcritos os principais trechos preservando a linguagem ali presente. Levantou-se uma série de informações importantes à compreensão do caso: detenções, crimes, vítimas, a posição das autoridades com relação a Febrônio. Os jornais contemplaram os depoimentos das vítimas, das testemunhas e outras pessoas que, ao descreverem os crimes, salientaram a cor de seu executor. Na manchete de O Paiz do dia 14 de Setembro de 1927, por exemplo, uma das vítimas enfatizou que Febrônio era um mulato . Tal postura foi sinalizada por Peter Fry (1941 -), antropólogo inglês e comentador deste caso, quando relatou que as testemunhas e vítimas depunham como se trouxessem uma lição memorizada. Isto permite visualizar como a sociedade do século passado percebia os indivíduos mestiços, apontando o preconceito racial como presente há muito tempo e reforçado pela imprensa, que também serviu ao debate científico daquele período, por meio da veiculação do laudo de Febrônio, elaborado pelo psiquiatra Carrilho e a divulgação dos pareceres de outros especialistas, como os psiquiatras Juliano Moreira, Adauto Botelho e Mauricio Urstein. Será abordado como a imprensa carioca noticiou o caso Febrônio por meio do debate médico-psiquiátrico instaurado no Brasil durante o início do século XX e, posteriormente, como as pessoas estiveram se referindo a Febrônio durante entrevistas mediadas pela imprensa e no decorrer dos interrogatórios policiais |