Luto prolongado e depressão parental no contexto da oncologia pediátrica
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17531 |
Resumo: | Essa Tese avalia a ocorrência do Transtorno do Luto Prolongado (TLP) e da depressão em indivíduos cujos filhos faleceram em decorrência do câncer infanto-juvenil, bem como os fatores que se associam a esses desfechos. Trata-se de um estudo transversal, no qual foram incluídos pais e mães de filhos que tenham recebido tratamento no Hospital do Câncer I / INCA, com idade ao diagnóstico inferior a 19 anos, e que tenham falecido no mínimo seis meses antes da avaliação do presente estudo. Para a presente Tese foram avaliadas 93 pessoas (66 mulheres e 27 homens), e os dados da pesquisa originaram dois manuscritos. No manuscrito I, a ocorrência de TLP e depressão foi apresentada segundo características sociodemográficas, de arranjo familiar e relacionadas ao adoecimento e morte do filho. O TLP ocorreu em 17,2% dos respondentes, sendo mais frequente em indivíduos que não trabalham (34,5%) e nos que tinham cônjuge ou companheiro (23,9%). Os sintomas depressivos ocorreram em 32,3% dos participantes e foram mais frequentes em pessoas que perderam outro familiar próximo após o falecimento do filho (56,3%). Em ambos os desfechos não houve diferença significativa entre homens e mulheres. No manuscrito II, investigou-se o papel do apoio social, da religiosidade e do tempo em cuidados paliativos na chance de ocorrência de depressão e TLP. Piores índices na escala de Religiosidade Intrínseca mostraram-se associados positivamente à ocorrência de TLP (OR 1,23; 1,02 – 1,49). A maior percepção de Apoio Social, em todas as dimensões da escala, foi associada negativamente à ocorrência de sintomas depressivos (OR 0,97; 0,95 – 0,99). O tempo em cuidados paliativos não se mostrou associado a nenhum dos desfechos. Essa tese, sendo o primeiro estudo quantitativo sobre o tema no Brasil, contribui para o avanço no conhecimento sobre Transtorno do Luto Prolongado e depressão parental na população brasileira. Já que o luto carrega características culturais, é importante um maior conhecimento sobre fatores associados à ocorrência de TLP e depressão em diferentes contextos. Os resultados desse estudo poderão servir como fundamentação para a implementação de condutas de rastreio e acompanhamento da população de pais enlutados, possibilitando intervenções voltadas para aqueles fatores que eventualmente sejam modificáveis. |