Um mundo sem palavras na palavra do narrador: os processos mentais, comportamentais e verbais em Vidas secas
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6863 |
Resumo: | Em An Introduction to Functional Grammar (2004), Halliday e Matthiessen expõem a Gramática Sistêmico-Funcional, entendendo a linguagem como um recurso para a produção de significados que residem em padrões sistêmicos de escolhas, relacionadas ao contexto e à intenção do falante. Para explicar como se estrutura a experiência dos indivíduos, que consiste em um fluxo de eventos, os autores propõem a descrição do sistema de transitividade, identificando diferentes tipos de processos representados pelos verbos, de acordo com a metafunção ideacional. Dentre eles, observam-se os processos mentais, relativos à representação do mundo interior, os quais se dividem em processos de cognição, percepção, afeição e desejo; os processos comportamentais, relativos a manifestações exteriores de aspectos da vida interior do falante; e os processos verbais, processos estes de dizer e de comunicar. A partir desse referencial teórico, buscou-se analisar como o emprego dos processos mentais, comportamentais e verbais, que têm como sujeito cada um dos integrantes da família de retirantes, do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, está relacionado ao sentido global da obra, em que há intenso mergulho no mundo interior desses personagens. É fato consensual na fortuna crítica de Graciliano que, no romance, são apresentadas várias críticas no que diz respeito às relações de poder entre os homens, em relação ao domínio da terra, à linguagem, ao acesso ao conhecimento. Diante disso, neste trabalho, partir-se-á da hipótese que as escolhas verbais corroboram para que essas ideias subjacentes se revelem, além de caracterizarem a forma como os personagens se relacionam uns com os outros, seus pensamentos, sentimentos e visão de mundo. É o narrador que dá voz aos personagens, que não têm recursos para se expressarem Para isso, serão analisados 60 verbos dentre os processos citados, suas características combinatórias sintáticas e semânticas, a partir da elaboração de verbetes lexicográficos, de acordo com as acepções encontradas no romance e a tipologia sintática. Serão acrescentados ao estudo oportunamente também informações de ordem morfológica, que colaborem para os efeitos de sentido |