Influência da disponibilidade de ferro em mecanismos de sobrevivência, resistência a agentes antimicrobianos e formação de biofilme de Corynebacterium striatum

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Cabral, Fellipe de Oliveira
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas; Brasil; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
• Palavras-chave em Português: Corynebacterium striatum; Virulência (Microbiologia); Biofilme; Infecção hospitalar; Ferro; Multirresistência; Surto nosocomial; Filamentação; Biofilm; Iron; Multidrug-resistance; Virulence; Nosocomial outbreak; Filamentation; CIENCIAS BIOLOGICAS::MICROBIOLOGIA::MICROBIOLOGIA APLICADA::MICROBIOLOGIA MEDICA
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22318

Corynebacterium striatum tem sido associado a um número crescente de infecções relacionadas à assistência à saúde. Atributos de virulência como multirresistência, habilidade de aderir às superfícies e constituir biofilme, podem se associar e contribuir para a patogenicidade bacteriana. A biodisponibilidade de micronutrientes, como metais de transição, pode influenciar o curso das infecções através da inibição/desrepressão de vias metabólicas fundamentais para a persistência bacteriana. O objetivo deste trabalho foi avaliar a habilidade de formação de biofilme e a influência de diferentes concentrações de ferro sobre células sésseis e planctônicas de C. striatum utilizando amostras isoladas durante (agosto/2009 a abril/2010) e após o surto nosocomial, no Hospital Universitário Pedro Ernesto. Inicialmente, as amostras BR1987/I, BR2369/II, BR2130/V, BR2237/VI, BR2296/VII, BR2103/VIII e 2425/IX apresentaram perfil de multirresistência enquanto BR1961/III, BR1954/IV e BR2376/X foram consideradas multisensíveis. Tanto sob limitação quanto sob suplementação de ferro, algumas amostras se tornaram sensíveis a moxifloxacina; outras se tornaram sensíveis a rifampicina; e a amostra BR2376/X adquiriu perfil multirresistente. Todas as amostras testadas foram capazes de aderir à superfície de poliuretano e vidro com maior viabilidade celular para BR1987/I; as demais, não diferiram quanto à contagem de células viáveis. Quando submetidas à limitação de ferro, algumas amostras sofreram inibição total da aderência ao vidro, exceto BR1961/III que sofreu redução, BR1954/IV, que aumentou sua produção de biofilme, e BR2376/X, que não alterou seu perfil de aderência. A suplementação de ferro não produziu mudança do perfil de aderência ao vidro para: BR1987/I, BR2130/V, BR2103/VIII e BR2376/X, enquanto, BR2369/II e BR1961/III sofreram redução e BR1954/IV, BR2237/VI, BR2296/VI, BR2425/IX aumento da produção de biofilme. A limitação de ferro produziu redução da aderência e produção de biofilme em poliestireno por todas as amostras. Sob suplementação de ferro, houve redução da aderência e produção de biofilme em poliestireno, contudo, essa redução somente foi significativa para três amostras. Quanto à viabilidade celular no biofilme, BR1987/I apresentou as maiores contagens. Excetuando-se BR1961/III e BR2103/VIII, que sofreram redução, todas as amostras analisadas sofreram aumento da viabilidade nos biofilmes sob limitação de ferro. Sob suplementação de ferro: BR1987/I não foi afetada, enquanto, BR2369/II, BR1954/IV e BR2103/VIII revelaram aumento e BR1961/III sofreu redução da viabilidade. Análises de microscopia indicaram que não há diferença na natureza da matriz secretada no biofilme em qualquer das condições testadas, sendo a matriz de natureza, majoritariamente, proteica. A microscopia também revelou que a limitação de ferro induziu alongamento celular em todas as amostras testadas e que este alongamento pode ser revertido quando as células alongadas são submetidas ao crescimento em meio inalterado na concentração de ferro. Os resultados indicam que o ferro modula propriedades adesivas, morfológicas e de sensibilidade aos antimicrobianos em C. striatum e enfatizam que este patógeno não deve ser subestimado ou descartado como contaminante pelos profissionais da saúde. Portanto, é necessário empenho no monitoramento e elaboração de estratégias para prevenção, controle e tratamento de infecções por esta corinebactéria