Atividade de biocidas e produção de biofilme em Corynebacterium striatum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Souza, Cassius de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde, Medicina Laboratorial e Tecnologia Forense
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15033
Resumo: A espécie Corynebacterium striatum tem sido relacionada com diversos casos de infecções nosocomiais, por vezes fatais, principalmente em pacientes imunocomprometidos que fazem uso de dispositivos invasivos. A ocorrência de surtos nosocomiais causados por clones multirresistentes aos agentes antimicrobianos (MDR) tem contribuido para incluir a espécie entre os patógenos responsáveis por infecções relacionadas aos serviços de atendimento a saúde (IRAS). Na literatura disponível ainda não foram observados trabalhos que investigassem os possíveis fatores de virulência que possam contribuir com o estabelecimento de IRAS pelo C. striatum. Neste sentido, investigamos a produção de biofilme em superfícies inertes sólidas e a susceptibilidade a diversos biocidas de formas planctônicas e sésseis de 14 amostras de C. striatum pertencentes a quatro pulsotipos isolados durante surto epidêmico em um hospital universitário localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro. A habilidade de aderir a superfícies abióticas hidrofílica, hidrofóbica e metálica foi observada, porém em intensidades variadas. O clone epidêmico (PFGE I-MDR) exibiu maior capacidade de aderir as superfícies do vidro, plástico e metal. Os ensaios de microscopia eletrônica de varredura confirmaram a habilidade de produzir biofilmes maduros em catéter de poliuretano para amostras dos pulsotipos I, II, III e IV. A susceptibilidade aos biocidas foi avaliada pelos testes de disco-difusão e Time Kill. Nos testes de triagem por disco-difusão, halos de sensibilidade, embora de diamêtros reduzidos, foram observados para amostras que permaneceram viáveis frente aos diversos desinfetantes quando avaliadas pelo Time Kill. Formas planctônicas foram avaliadas pela técnica de Time Kill em tempos de incubação (5, 10, 15, 30 minutos) quanto a susceptibilidade ao glutaraldeído 2%, ácido peracético 2%, Virkon 1%, hipoclorito de sódio 1%, clorexidina 2%, alquil benzeno sulfonato de sódio 2%, álcool etílico 70% e álcool iodado. As amostras de C. striatum exibiram tolerância quando submetidas aos tratamentos com glutaraldeído até 30 min e aos demais desinfetantes durante períodos de tempo reduzidos (0,5< t <4 min). A amostra 1961/III MDS foi a que apresentou formas planctônicas com tolerância por maior período de tempo para todos os desinfetantes testados, inclusive para o glutaraldeído e ácool 70% (30 min). Menor tolerância foi observada para o hipoclorito de sódio e Virkon, principalmente para as amostras 2369/II-MDR e 1954/IV-MDS. A maioria das amostras de C. striatum também apresentou resistência ao álcool 70% e álcool iodado (70/1%). A amostra 1954/IV - MDS apresentou maior susceptibilidade aos desinfetantes e anti-sépticos testados. Amostras de C. striatum (pulsotipos I, II, III e IV) permaneceram capazes de produzir biofilme na superfície dos diferentes substratos abióticos na presença do desinfetante glutaraldeído 2% (30 min) e do anti-séptico álcool 70% (min) indicando que formas planctônicas e sésseis de C. striatum foram capazes de sobreviver aos tratamentos com anti-sépticos e desinfetantes diversos. A presença de matéria orgânica (soroalbumina bovina 1%) favoreceu a tolerância de formas planctônicas e sésseis de C. striatum aos biocidas. Em conclusão, a capacidade de produzir biofilme aliada a tolerância aos produtos utilizados nos procedimentos de desinfecção e anti-sepsia podem contribuir para o estabelecimento e disseminação de IRAS por amostras de C. striatum, independente da susceptibilidade aos antibióticos