Caracterização de cepas de enterobactérias multirresistentes isoladas em amostras de fezes de pacientes atendidos no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Olivella, Julianna Giordano Botelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20192
Resumo: A microbiota intestinal de seres vivos apresenta uma elevada concentração de microrganismos complexos e diversificados, além disso, é um reconhecido reservatório de espécies bacterianas envolvidas no estabelecimento de processos infecciosos em ambiente nosocomial e comunitário. As espécies da família Enterobacteriaceae são bastonetes Gram-negativos de importância clínica que estão distribuídas nesses ambientes, fazendo parte do trato intestinal de humanos e animais, sendo capazes de colonizar pele, trato urinário e respiratório. As amostras fecais analisadas foram oriundas de pacientes internados e de ambulatoriais atendidos em um Hospital Universitário, considerando diversas unidades hospitalares. A avaliação fenotípica da resistências a antimicrobianos compreendeu os quatro principais grupos de antimicrobianos: cefalosporinas, aminoglicosídeos, fluorquinolonas e carbapenêmicos. As enterobactérias foram isoladas através de semadura em meios MacConkeys seletivos contendo 32μg/mL de cefalexina e 8μg/mL de gentamicina. Foram analisadas 82 cepas de 30 pacientes internados e 92 cepas de 35 amostras fecais de pacientes ambulatoriais, através de teste de susceptibilidade aos antimicrobianos. As espécies de maior prevalência foram Escherichia coli (32,93%), Citrobacter freundii (14,63%), Enterobacter cloacae (14,63%) e Klebsiella pneumoniae (13,41%) para os pacientes nosocomiais. Já em relação aos pacientes ambulatoriais os maiores porcentuais foram para Escherichia coli (25,00%), Citrobacter freundii (18,48%) e Enterobacter cloacae (15,22%). A resistência aos grupos de antimicrobianos, dentre as cepas ambulatoriais obtivimos que 68,6% foram resistentes a cefalosporinas de primeira geração, 9,0% de segunda geração, 23,2% de terceira geração e 13,1% de quarta geração, 9,0% resistentes a aminoglicosídeos, 11,1% resistentes a quinolonas e 12,1% resistentes a carbapenêmicos. Quanto às cepas provenientes da Enfermaria observamos 71,4% resistentes a cefalosporinas de primeira geração, 22,3% de segunda geração, 33,0% de terceira geração e 35,7% de quarta geração, 16,0% resistentes a aminoglicosídeos, 42,8% resistentes a quinolonas e 21,4% resistentes a carbapenêmicos. As cepas consideradas multirresistentes foram aquelas que possuíam resistência a 3 ou mais grupos de antimicrobianos, correspondendo a 12 cepas ambulatoriais (13,04%) e 32 cepas de pacientes internados (39,02%). Considerando que a transferência de elementos genéticos de resistência a antimicrobianos está ocorrendo ininterruptamente no ambiente hospitalar e comunitário, os resultados reforçam que medidas de barreira à transmissão de microrganismos e o uso mais criterioso de antimicrobianos são necessários para o controle da disseminação de microrganismos albergando elementos de resistência.