Ojá em cabeça de mulher: feminilidades e trajetórias em terreiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vieira, Fabiane de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16610
Resumo: Este trabalho surge de uma inquietação pessoal e profissional diante da invisibilidade das tensões derivadas do lugar das mulheres e suas experiências religiosas, especialmente as mulheres candomblecistas. Atuando como psicóloga em equipamento público que atendia às vítimas da intolerância religiosa, notava-se que a maior parte dos atendimentos espontâneos eram às mulheres de religiões de matrizes africanas, bem como a maioria dos casos de intolerância religiosa que eram noticiados nos jornais. Porém, mais do que pensar no viés da intolerância religiosa, a intenção aqui é ouvir e acompanhar a trajetória das experiências religiosas de mulheres de terreiro, pensar os desafios, tensões, sabores e contentamento com e dessas estradas e, a partir daí, pensar como estes atravessamentos engendram suas experiências. Embalada pelo ritmo e pelo cheiro do mar, trabalhando no ritmo das ondas e encontrando estas mulheres, surgem suas histórias coloridas pelo descaso, investimentos, sacrifícios, amor, coletividade e generosidade. Sendo guiada pela cartografia, fui levada pelo que elas traziam, as tensões entre homens, mulheres, masculinos, femininos, laços de fé, laços de sangue e, conduzida por elas a pesquisa se propõe pensar sobre suas feminilidades e trajetórias dentro e fora dos terreiros. Neste sentido, a cartografia instigou um lugar de escuta do campo para a construção de conhecimento que produzia um sentido construído num plano comum para as questões que dele emergiam. Portanto, essa pesquisa se situa no campo do “entre”, dos afetos, daquilo compartilhado entre pesquisadora e campo que pode ser partilhado com o mundo, trata da importância de ser afetada, de participar da experiência, de se deixar tocar e sair transformada desta pesquisa-viagem que é implicada e implicante, produzindo uma escrita que é um roteiro de viagem construído e reconstruído a cada porto e que traz notícias das relações destas mulheres com o Estado, suas maternidades, mulheridades, os limites e potências de serem religiosas e de axé