As faculdades privadas não fazem pesquisa porque não querem jogar dinheiro fora : a trajetória da Estácio de Sá da filantropia ao mercado financeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Vale, Andréa Araújo do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14833
Resumo: O objetivo desta tese é apresentar e examinar a expansão da educação superior privada no Brasil a partir da trajetória de uma instituição de ensino superior específica, tomada como caso exemplar: a Estácio de Sá. A hipótese central é de que este setor educacional tem se tornado, progressiva, mas firmemente, um importante espaço de acumulação capitalista, embora com diferentes faces desde os anos 1970 até os dias atuais. Entretanto, trabalhou-se concomitantemente com a hipótese de que este espaço de acumulação se forja a partir de formas de financiamento estatal cada vez mais complexas e indiretas, características de uma formação social capitalista e dependente. Entende-se aqui, portanto, que o crescimento do setor privado-mercantil da educação superior brasileira é resultado de uma política educacional assumida por sucessivos governos e que hoje permeia a própria política de Estado para o campo educacional. Para tanto, foram analisados as publicações do Conselho Federal de Educação (CFE), os dados estatísticos dos Censos da Educação Superior elaborados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), documentos oficiais e das associações que representam o empresariado da educação, além de legislação pertinente, bem como os relatórios financeiros e documentos publicados pela Estácio Participações S.A. desde 2007, quando da abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). O texto sistematiza, inicialmente, os rumos privatistas da educação superior no país, acompanhando seus movimentos da ditadura militar à denominada "era das consolidações". A Estácio de Sá é tomada como fio condutor da análise, permitindo discussão aprofundada dos desenvolvimentos contemporâneos do setor, que compreendem: a concentração institucional - com as incorporações de pequenas instituições por grandes organizações - a financeirização, o sequestro do fundo público como pressuposto da acumulação capitalista e a internacionalização da educação superior