Tentativa de suicídio: o largar de mão na clínica das psicoses
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicanálise |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14659 |
Resumo: | A presente Dissertação tem por objetivo investigar os desafios encontrados na passagem ao ato suicida na clínica das psicoses a partir da discussão de três casos. É válido destacar alguns pontos relevantes no que tangem a operação da linguagem e na forma que a psicose lida com ela. Como elucidado por Freud, o efeito da defesa constitutiva está articulado ao modo como o sujeito reage ao trauma da castração, ou como diz Lacan, na psicose o significante Nome-do-Pai foi foracluído. De forma que aquilo que não se inscreve simbolicamente envolvido pelo significante retorna como alucinação no real. Logo, as palavras são apreendidas como imperativos do supereu e o psicótico faz uso delas quando é preciso dar sentido àquilo que para ele não tem. Ele recorre a uma construção delirante, a fim de conferir uma significação inventada que sustente o registro irrepresentável que é o real. Com Lacan, sabemos que o ato bem sucedido é o ato suicida e nele o sujeito vai em direção à um gozo mortífero. Podemos pensar que, nas psicoses, a relação amorosa só é possível quando há uma separação radical do Outro, acarretando sua própria precipitação enquanto sujeito. O amor nas psicoses só é possível quando há anulação do sujeito, pois não há o reconhecimento da distinção entre o eu e o outro. Por ser ele o objeto colado imaginariamente com o semelhante, o amor do psicótico se torna a expressão do delírio erotomaníaco eu me amo , o que ratifica o aforismo lacaniano amor morto. Além disso, é importante compreender o manejo na relação terapêutica dentro das três modalidades de atendimento da clínica das psicoses Acompanhamento Terapêutico (AT), Oficina Terapêutica (OT) e Atendimento Individual em consultório. Orientados pela ética da psicanálise, cabe-nos respeitar a singularidade do sujeito e suas relações com a dificuldade de fazer laço social, e sua tentativa de forjar um sentido para aquilo que o devasta. O trabalho em conjunto objetiva tecer meios nos quais o sujeito psicótico circunscreva seu gozo e se retire do lugar de subordinação ao Outro. Em outras palavras, a escuta no AT é uma aposta no sujeito psicótico no intuito de que ele consiga inventar meios de lidar com aquilo que o desestabiliza. Se o gozo é o mais íntimo e o mais exterior ao sujeito, ratificamos a relevância de manejarmos com eficiência esta distância íntima que a clínica das psicoses propõe e nos desafia |