Trauma, repetição e memória: uma experiência clínica com pacientes idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Gomes, Rafaela Ferreira de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14671
Resumo: A proposta desta dissertação é investigar a função da repetição na clínica psicanalítica e sua articulação ao trauma. Este assunto será tomado com referência à especificidade de um trabalho clínico, em ambulatório público, com idosos que apresentam perturbações da memória, cuja manifestação poderá estar relacionada, segundo o saber médico, à abertura de um quadro demencial. Escolhemos o termo perturbações da memória por entendermos que alguns relatos extraídos da clínica se assemelham à complexidade da experiência de Freud (1936/2006) no episódio da Acrópole. Nele há uma perturbação da lembrança relacionada ao fenômeno da despersonalização, mobilizando em Freud um sentimento de estranheza e inadequação. O quadro clínico que compreende as perturbações da memória comporta alterações de memória, linguagem e comportamento. Essa sintomatologia será compreendida como referida a um contexto de luto diante das muitas perdas no tempo da velhice. Buscaremos circunscrever a complexidade da memória e o limite da rememoração frente ao real que não cessa de não se escrever. A repetição em jogo nas perturbações da memória faz lembrar o trauma, como algo sem representação, e pela mobilização de angústia pode ser tomada como um operador clínico. Para tanto, o desejo do analista é assinalado como o pivô da transferência, sustentando a ética da psicanálise que inclui o real. Diante dos limites do dispositivo analítico frente ao quadro de que tratamos, as construções em análise são propostas para promover uma abertura ao trabalho pelo significante