"Efeito dos frutanos (frutooligossacarídeos) na biodisponibilidade de cálcio e magnésio em ratos"

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Lobo, Alexandre Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9132/tde-20072004-135934/
Resumo: Frutanos, frutooligossacarídeos (FOS) e inulina, são carboidratos constituídos de moléculas de frutose, ligadas ou não a uma molécula terminal de sacarose e, devido aos efeitos fisiológicos do seu consumo, são incluídos na categoria das fibras alimentares. Estudos têm demonstrado que os frutanos são intensamente fermentados no intestino grosso proporcionando, desta forma, um ambiente favorável para a absorção dos minerais. No presente trabalho, os efeitos dos FOS, provenientes da Raftilose e da raiz tuberosa do yacón, foram avaliados sobre a biodisponibilidade do Ca e do Mg em ratos em crescimento. Foram realizados dois ensaios biológicos, sendo o 1º de 23 dias (n=16) e o 2º de 27 dias (n=24). Ratos machos da linhagem Wistar Hannover, recém-desmamados, foram submetidos, no 1º ensaio, a dietas suplementadas com Raftilose (5% de FOS) e, no 2º ensaio, com uma farinha de yacón (5 e 7,5% de FOS). Em ambos, os ensaios a ração controle foi elaborada segundo a AIN-93G. Todas as rações foram suplementadas com 7,5g de cálcio/kg de ração. Ração e água foram fornecidas ad libitum. Fezes (1º e 2º ensaios) e urina (2º ensaio) foram coletadas ao longo de 3 períodos experimentais (4º, 10º e 16º dias de experimento) de 5 dias cada. Os animais foram sacrificados e o fígado, o baço e os rins foram removidos e pesados. O ceco foi removido e seu conteúdo e sua parede foram pesados. Após centrifugação do conteúdo, as frações resíduo (R) e sobrenadante (S) foram pesadas e o pH foi determinado na fração S com uma fita indicadora. No 2º ensaio uma porção da parede do ceco e do cólon proximal foram fixados em solução alcoólica de Bouin e posteriormente transferidos para uma solução de etanol a 70%, para análises histológicas. Os ossos (fêmur e tíbia) foram removidos para análises da densidade mineral óssea (DMO), do conteúdo mineral e das propriedades mecânicas (somente o fêmur). As análises de Ca e Mg também foram realizadas nas fezes (absorção aparente), na urina (balanço mineral) e no conteúdo cecal. Os resultados foram avaliados através de análises de variância (ANOVA), sendo considerado um nível de significância de 95%. Foram observados aumentos significativos no peso e no teor de umidade das fezes, e no peso do ceco (conteúdo e parede). O consumo dos FOS estimulou significativamente a absorção e o balanço mineral. Tal efeito ocorreu de maneira menos pronunciada para o Mg. Este aumento foi refletido em maior retenção mineral nos ossos, confirmada pelas análises por espectrofotometria de absorção atômica. Foi observado efeito positivo nas propriedades mecânicas (carga máxima e rigidez) nos fêmures dos animais que consumiram FOS, em relação às dos grupos controles. Não foram observadas diferenças significativas na DMO, em quaisquer das regiões analisadas nos ossos (proximal, medial e distal), entre os grupos experimentais. As análises histológicas demonstraram um pronunciado aumento na profundidade e no número de criptas no ceco, bem como no número de criptas em bifurcação. Os efeitos positivos na absorção intestinal, na retenção mineral e no comportamento mecânico do osso observado no presente estudo, indicam um papel importante dos FOS na manutenção de ossos hígidos.