Considerações sobre uma teoria em ruínas: o olhar trágico na ficção de Michel Laub
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6872 |
Resumo: | A pesquisa apresentada nesta dissertação tem como base o estudo da ficção contemporânea com fins de se repensar as teorias do trágico diante das novas necessidades do romance hoje. O corpus ficcional motor deste trabalho é o romance Diário da queda (2011), do autor gaúcho Michel Laub. Neste romance, cujos temas giram em torno das tragédias históricas e pessoais de sujeitos banais, os eventos traumáticos de Auschwitz trazem uma reflexão crítica sobre a condição trágica do ser no mundo. As convulsões da história e a ruínas do passado, a guerra, o trauma, a condição do sujeito que narra sua própria queda e a incorporação do relato histórico no cotidiano dos personagens ficcionalizadas por Laub nos guiam ao ponto fulcral de nossa investigação: a trágica experiência de se narrar as tragédias e o olhar trágico na história. Dessa maneira, este trabalho tem por objetivo analisar uma outra possibilidade de se pensar o trágico que não se alicerce num conceito fechado e rígido, mas que possa ser pensado e ressignificado enquanto um modo de atravessar os abismos da nossa história e desvelar a esquálida genealogia de sangue e terror que aqui chamamos de tragédias do contemporâneo. Analisaremos como a obra de Laub lança esse olhar trágico sobre a história não só fixando a necessidade de se repensar as noções de trágico e tragédia, mas também a própria reflexão sobre a leitura da história. Para a análise proposta, a construção teórica da pesquisa se estrutura nos estudos sobre as questões mais candentes entre contemporaneidade e história, de autores como Eric Hobsbawm e Walter Benjamin. O diálogo teórico estabelecido com as proposições de Terry Eagleton nos ajudam a resgatar o trágico a partir da idéia de um olhar ruinado e fragmentado sobre a história. A obra de Williams nos guia teoricamente a outras possibilidades para a idéia de tragédia, já considerando eventos catastróficos da história enquanto tragédias que se alastram ao longo dos séculos sob a forma de diferentes massacres, genocídios, ou um evento na vida ordinária. As formulações de Eagleton, Benjamin, Williams e Hobsbawm nos permitem estudar a história como uma cadeia de catástrofes suscetíveis a chamarmos de tragédias do contemporâneo. A ideia de uma teoria em ruínas parte de um revigoramento do aparato teórico sobre o trágico a partir das contribuições do longo sobre teorizar o trágico na contemporaneidade. Veremos novos caminhos e diferentes possibilidades de recuperarmos o trágico a partir de uma outra perspectiva, e, para isso, é preciso ruinar e desconstruir as noções arraigadas sobre o trágico. |