Efeitos da cafeína na manifestação dos déficits neurocomportamentais decorrentes da exposição ao etanol durante o desenvolvimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nogueira, Ana Cristina Chagas Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12573
Resumo: O etanol e a cafeína estão entre as substâncias neuroativas mais consumidas no mundo. Enquanto o consumo de cafeína é considerado seguro, o consumo de etanol durante a gestação é responsável por uma série de distúrbios neurocomportamentais em crianças e adolescentes. Apesar das evidências epidemiológicas do uso combinado de cafeína e etanol por gestantes, as interações entre estas substâncias têm recebido pouca atenção em estudos experimentais. Nesse estudo avaliamos os efeitos da co-exposição às duas drogas durante o desenvolvimento na ansiedade, na memória e aprendizado, na atividade natatória e nos níveis de estresses oxidativo no córtex. Para tanto, camundongos Suíços foram expostos do primeiro dia gestacional até o vigésimo primeiro dia pós-natal (PN21) a solução de cafeína 0,1 g/l (CAF1), a solução de cafeína 0,3 g/l (CAF3) ou tiveram acesso livre à água potável (CAF0). Em dias alternados de PN2 a PN8, os animais de cada ninhada receberam uma injeção intraperitoneal de 0,25 μl/g de etanol (grupo ETOH25), 0,5 μl/g de etanol (grupo ETOH50) ou de solução salina (grupo ETOH0). Os testes comportamentais foram realizados entre PN30 e PN35. Os níveis de ansiedade foram avaliados por 5 minutos no labirinto em cruz elevado (LCE), a memória e aprendizado pelo teste de esquiva passiva e o comportamento rotacional foi avaliado no nado forçado. O estresse oxidativo foi avaliado pelas medidas das espécies reativas ao ácido tiobarbutúrico (TBARS), da capacidade antioxidante (DPPH) e da carbonilação de proteínas em PN9 e PN30. No LCE, os animais do grupo ETOH50 foram menos ansiosos que os dos grupos ETOH25 e SALINA. Na esquiva passiva, apenas os machos expostos ao etanol tiveram prejuízo na memória e aprendizado. No nado forçado, os animais expostos a maior dose de cafeína apresentaram menor número de deslocamentos angulares e os animais expostos a maior dose de etanol apresentaram maior número de deslocamentos angulares. Em todos os testes comportamentais, os efeitos do etanol foram menos evidentes no grupo de animais expostos a maior dose de cafeína. De modo geral, a exposição à cafeína teve efeito antioxidante e a exposição ao etanol não foi capaz de afetar os níveis de estresse oxidativo. Nossos dados corroboram os estudos que mostraram que a exposição precoce ao etanol promove uma série de distúrbios neurocomportamentais. Além disso, a exposição gestacional à cafeína pode desempenhar um papel protetor nos danos causados pela exposição precoce ao etanol.