Curso temporal dos efeitos da co-exposição a fumaça do cigarro e cafeína: efeitos sobre a reposta emocional em camundongos adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gonçalves, Bruno da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20287
Resumo: Cafeína e tabaco estão entre as drogas psicoativas lícitas mais freqüentemente usadas do mundo. Além disso, uma série de estudos epidemiológicos tem demonstrado uma correlação positiva entre o consumo de cafeína e de cigarro de tabaco. No entanto, pouco se sabe sobre a neurobiologia básica da exposição combinada no cérebro adolescente, idade em que geralmente se inicia o uso de tabaco. Aqui, nós investigamos os efeitos de curto e longo prazo da exposição de cafeína ao longo da vida e/ou fumaça de tabaco na adolescência nos níveis de ansiedade e no comportamento associado à depressão em camundongos. A cafeína foi administrada na água de beber (0,1 g/l) em um modelo de exposição ao longo de toda a vida (CAF). A partir do dia pós-natal 30 (PN30) até PN45, camundongos Suíços foram expostos à fumaça de cigarro (SMK - exposição de corpo inteiro, 8 h/dia) gerados a partir da queima de cigarros de pesquisa tipo 3R4F (nicotina = 0.73 mg/por cigarro). Quatro grupos foram avaliados: (1) co-exposição CAF + SMK; (2) exposição SMK; (3) exposição CAF; (4) controle. Os níveis de ansiedade foram avaliados com o labirinto em cruz elevado (LCE) e comportamento associado à depressão foram avaliados com o teste de nado forçado (TNF). A análise comportamental foi avaliada ao final da exposição à fumaça (PN45), bem como na abstinência durante a adolescência (PN55) e na abstinência de longo prazo (PN75). No presente trabalho, a exposição de cafeína gerou redução no tempo de tomada de decisão (tempo no centro do labirinto) no EPM durante a adolescência (PN45 e PN55). A abstinência de longo prazo à fumaça do tabaco aumentou tempo de tomada de decisão que foi revertida pela cafeína. Além disso, a exposição de cafeína foi capaz de provocar aumento da ansiedade em animais com abstinência de longo prazo à fumaça do cigarro. Exposição de cafeína durante a abstinência do tabaco durante a adolescência induziu um aumento no comportamento de escalada no TNF. Na idade adulta, tanto a exposição de cafeína quanto a abstinência de longo prazo de fumaça de tabaco provocou redução do tempo de imobilidade no FST, um efeito antidepressivo que foi mitigado pela co-exposição. O presente estudo fornece evidência experimental de que a cafeína e fumaça de cigarro durante a adolescência interagem resultando em desregulação emocional durante a exposição e abstinência da fumaça de tabaco. Em particular, os níveis de ansiedade não parecem ser relevantes durante curto prazo de privação de SMK, no entanto, o aumento da ansiedade durante abstinência de longo prazo à fumaça de cigarro em animais CAF + SMK indicam efeitos tardios. Neste sentido, nossos dados sugerem que a exposição de cafeína ao longo da vida pode ser um fator importante na manutenção do tabagismo.