Lesão unilateral do córtex somestésico: efeito do lado da lesão e do tratamento com cafeína

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Branco, Danielle Paes Machado de Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12666
Resumo: Em roedores, as vibrissas são detectores táteis que desempenham papel importante na exploração espacial do ambiente e na discriminação tátil. No córtex somatossensorial, os campos receptivos de cada uma das vibrissas estão organizados no hemisfério contralateral em colunas discretas denominadas barris. A lesão unilateral dos barris produz um comportamento assimétrico caracterizado pela redução no uso da vibrissa contralateral à lesão na exploração do ambiente. Este comportamento tem se mostrado uma ferramenta importante em estudos de plasticidade e recuperação funcional após lesões corticais. Esse trabalho tem por objetivos principais avaliar: 1) se o lado em que é feita a lesão unilateral dos barris afeta de modo diferenciado a tigmotaxia observada em testes repetidos e um longo prazo após a lesão; e 2) se a administração de cafeína pode mitigar os déficits neurocomportamentais observados após lesão unilateral dos barris do córtex somatossensorial. Para tanto, o sentido dos deslocamentos realizados próximos às quinas do campo aberto de camundongos Suíços machos submetidos à criolesão unilateral dos barris foi avaliado em dois estudos independentes. No primeiro demonstramos que os efeitos comportamentais da lesão foram mais pronunciados nos animais que receberam a lesão do lado esquerdo. Após a criolesão da coluna dos barris do neocórtex, os animais que receberam a lesão no lado esquerdo apresentaram um predomínio na realização de deslocamentos em sentido contralateral à lesão que não foi afetado pela repetição dos testes ou pelo fato dos animais terem sido previamente habituados ao teste e que pode ser observado em testes realizados até 48 dias após a lesão. Em contraste, os animais que receberam a lesão do lado direito o predomínio de deslocamentos em sentido contralateral diminuiu na medida em que os animais foram repetidamente testados, não foi evidente após a habituação prévia ao teste nem tampouco quando os animais foram testados 48 dias após a lesão. No segundo estudo, demostramos que a exposição à cafeína (0,5g/l) realizada do primeiro ao quadragésimo-oitavo dia após a criolesão do lado esquerdo foi capaz de mitigar as diferenças entre os deslocamentos em sentido ipsolateral e contralateral à lesão. Além disso, observamos que a criolesão promoveu uma redução nos níveis de dopamina no grupo de animais criolesados no lado ipsolateral à lesão e a exposição à cafeína foi capaz de abolir esta assimetria tornando este grupo de animais semelhantes aos animais que não foram submetidos à criolesão. Nossos dados sugerem que o lado da lesão é um fator importante na avaliação do comportamento após a lesão dos barris e que a cafeína pode ser um agente importante para facilitar a recuperação dos déficits após lesões neocorticais.