Influências socioculturais e parentais na alimentação complementar no primeiro ano de vida: um estudo qualitativo com mães de crianças menores de dois anos de idade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Jerônimo, Renata Albino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7243
Resumo: A alimentação complementar é definida como alimentação no período em que outros alimentos ou líquidos são oferecidos à criança, em adição ao leite materno. As práticas alimentares de crianças pequenas no Brasil estão distantes do desejável. O objetivo desse estudo foi compreender os fatores socioculturais e parentais que influenciam a alimentação complementar no primeiro ano de vida com base na perspectiva de mães de crianças menores de dois anos. Para isso, buscou-se: identificar e analisar os aspectos socioculturais que influenciam a introdução da alimentação complementar no primeiro ano de vida; conhecer os sentidos atribuídos pelas mães sobre a introdução de alimentos ultraprocessados na alimentação complementar no primeiro ano de vida e conhecer os aspectos parentais que influenciam na alimentação complementar no primeiro ano de vida. As mães que participaram do estudo foram identificadas por meio de contato com atores chave nos munícipios do Rio de Janeiro e de Engenheiro Paulo de Frontin. O método escolhido para analisar as entrevistas foi a Análise de Conteúdo na modalidade Análise Temática. Dentre os fatores socioculturais, identificaram-se as crenças associadas à alimentação, o sentido de comida de criança e as influências das relações sociais. Na perspectiva das mães entrevistadas, a cultura alimentar é permeada por saberes populares, resultando na classificação dos alimentos em fortes, leves, pesados, calmantes etc. Com isso, os alimentos foram também classificados como recomendáveis e não recomendáveis para a faixa etária. Emergiu como senso comum nas falas a expressão aguar, que foi remetida a alguns alimentos. As mães revelaram também que a comida de criança era composta por alimentos in natura que apresentaram o sentido de comida saudável que promoviam crescimento e desenvolvimento, e por alimentos ultraprocessados, cujos sentidos eram de agradar e de promover o seu sustento. Além disso, segundo as mães, o pai e as avós maternas e paternas da criança, outras mães, os profissionais de saúde, a creche e a internet também influenciaram seu processo de escolha dos alimentos e, por consequência, a oferta dos alimentos para as crianças. No tocante aos sentidos atribuídos pelas mães aos alimentos ultraprocessados, além do de comida de criança, sua praticidade e a credibilidade das marcas foram relevantes para a sua escolha, mas também a eles foram atribuídos o risco à saúde devido à presença de química , ao excesso sódio e de açúcar em sua composição, e à sua associação com o surgimento das doenças crônicas. Quanto às práticas parentais, emergiram no processo de alimentação complementar: a responsividade e a autonomia das mães. Os achados desse estudo apontaram para a importância de se compreenderem os fatores socioculturais e parentais e os sentidos atribuídos aos alimentos para a formulação de políticas públicas. Apontaram, também, a necessidade de ações e políticas públicas que visem ao empoderamento da mãe e da família no que diz respeito à alimentação infantil. Indicaram também a necessária responsabilização dos profissionais de saúde quanto às informações direcionadas às famílias, tais orientações deverão favorecer o consumo de alimentos saudáveis em detrimento dos não saudáveis. Fazem-se necessárias ações regulatórias que promovam o desvelamento da composição dos alimentos ultraprocessados e a advertência, nos rótulos, sobre ingredientes nocivos à saúde