Dos meus amores imagens: a poesia dos periódicos do Porto oitocentista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pereira, Daniele de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22831
Resumo: Esta dissertação de mestrado tem como objetivo principal analisar a poesia veiculada nas revistas A Lira da Mocidade (1849-1850) e a Miscelânea Poética (1851-1852), publicadas no Porto do século XIX. Pretende-se contextualizar essa poesia dentro do movimento literário do romantismo, explorando suas características distintivas e seu impacto na cena cultural da época. Diferentemente de Lisboa, cujo destaque literário é amplamente reconhecido, o Porto figura como um protagonista menos explorado nesse panorama. Sua não tradição como centro literário estabelecido o torna um terreno fértil para a investigação das dinâmicas de formação e consolidação de identidades literárias em Portugal. Nesse contexto, jovens autores emergiram, muitas vezes relegados à margem pela crítica de então, e, com o tempo, até mesmo esquecidos. É interessante notar que para muitos desses poetas, a busca pela glória literária era secundária; seu verdadeiro anseio residia no amor, na busca pela musa de carne e osso. Assim, seus textos não almejavam a perfeição literária, mas sim capturar a essência poética do amor, fazendo uso das convenções poéticas estabelecidas por figuras como Alexandre Herculano (1810-1877) e Almeida Garrett (1799-1854), até mesmo subvertendo essas figuras. Além de servirem como espaços de debate intelectual, essas revistas funcionavam como plataformas para trocas de mensagens amorosas, repletas de cantadas, destinadas a um público jovem ansioso por experiências emocionais e românticas. À medida que os ideais de liberdade e igualdade se difundiam na sociedade portuense, mulheres encontravam espaço para participação ativa como colaboradoras e escritoras, contribuindo para publicações como a Miscelânea Poética e trazendo uma perspectiva feminina enriquecedora ao corpus literário da época