Uma clínica que opera na fissura: sobre o lugar do psicanalista no Hospital Geral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fonseca, Caroline Ferreira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18143
Resumo: O presente trabalho é oriundo do desejo de refletir a respeito das especificidades que sustentam a clínica psicanalítica no espaço hospitalar. Para isso, utilizamos referências de autores psicanalistas inseridos nos hospitais gerais, bem como casos clínicos atendidos pela autora na sua trajetória no hospital, nos anos de 2017 a 2019. Iniciamos com um apanhado histórico sobre a clínica médica que nos permitiu verificar que, até o século XVIII, o hospital como o conhecemos hoje e a terapêutica de cura proposta pela medicina eram ideias distantes. A medicina e o hospital foram se alinhando com o tempo e, atualmente, observa-se a primazia do discurso médico, que, via de regra, apresenta uma visão organicista do paciente e delimita o foco do olhar ao órgão adoecido, excluindo a subjetividade do paciente. É neste momento que urge a presença do psicanalista, como aquele que, ancorado pela ética do desejo, é capaz de fazer operar o advir do inconsciente, ou seja, do sujeito que, conforme a psicanálise é o do inconsciente. Ao promover giros discursivos, a práxis analítica abre a possibilidade de o sujeito, qualquer que ele seja, do paciente ao médico passando pelos diferentes sujeitos que estão no hospital, reconhecer sua participação no que ali é dito e não dito. Com isso, abre ao mesmo tempo, a possibilidade de escolher outra coisa. A pesquisa destaca conceitos psicanalíticos fundamentais para uma posição ética de pesquisa, visando mais do que a redução de uma técnica a ser aplicada na instituição hospitalar. Ao fim, são apresentados dois casos construídos a partir da experiência clínica, que por suas próprias particularidades, colocam em discussão os impasses e desafios presentes no âmbito da clínica hospitalar, assim como, também apresentam algo que testemunha do poder da clínica psicanalítica nessas condições. A dissertação coloca em relevo aquilo que, via de regra no hospital, é negligenciado pelo discurso médico: o sujeito e suas implicações.