Avaliação da densidade e microarquitetura ósseas e composição corporal dos pacientes jovens com vírus da imunodeficiência humana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gehrke, Bárbara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
DXA
VFA
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22703
Resumo: Objetivo: Avaliar os parâmetros ósseos de densidade e microarquitetura, além da composição corporal, de pacientes jovens portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV) e comparar com grupo controle, à fim de entender os mecanismos fisiopatológicos envolvidos e sugerir protocolos de rastreio precoce. Metodologia: Foram recrutados 135 participantes (81 infectados e 54 controles saudáveis), de ambos os sexos, com idades entre 20 e 50 anos. Os participantes foram submetidos a questionário detalhado, análise de prontuário, exames laboratoriais e urina de 24 horas. Densitometria óssea (DXA) e tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HRpQCT) foram realizados para avaliar quantidade e qualidade óssea, respectivamente. Aplicação do questionário SARC-F, avaliação da força de preensão manual (FPM) com dinamômetro, Teste Up & Go (TUG) e avaliação da composição corporal foram realizados para investigar sarcopenia. O rastreio de fraturas vertebrais foi feito por morfometria vertebral (VFA) utilizando DXA. As ferramentas FRAX e NOGG foram aplicados para avaliação do risco de fraturas. Resultados: Cinquenta participantes de cada grupo completaram o estudo. Idade, sexo, etnia, peso, altura, índice de massa corporal (IMC), e consumo de álcool foram estatisticamente semelhantes entre os grupos. Densidade mineral óssea [1,177 g/cm3 (0,971 – 1,446) versus 1,271 g/cm3 (0,947 – 1,627), p 0,023] e Z-score [-0,5 desvios padrão (DP) (-2,1 – +2,4) versus +0,2 DP (-1,9 – +2,3), p 0,021] foram estatisticamente inferiores em coluna lombar dos participantes portadores de HIV em comparação com grupo controle. Houve parâmetros ósseos estatisticamente inferiores na HRpQCT principalmente da tíbia distal dos pacientes do grupo HIV. Encontramos uma prevalência de 12% de fraturas vertebrais morfométricas em pacientes assintomáticos do grupo HIV. Resultados de testes funcionais também mostraram inferioridade no grupo HIV com significância estatística (TUG e SARC-F) e a FPM apresentou p 0,052 com valores mais baixos para grupo HIV. Na composição corporal um maior número de participantes do grupo HIV apresentaram alterações em massa magra apendicular e massa magra apendicular corrigida para altura ao quadrado quando utilizamos pontos de corte sugeridos por protocolos mundiais bem estabelecidos para o diagnóstico de sarcopenia. Participantes do grupo HIV apresentaram maior risco de fraturas, com significância estatística, calculado através da ferramenta FRAX. Conclusões: Encontra-se bem estabelecido na literatura que indivíduos portadores de HIV desenvolvem mecanismos fisiopatológicos que reduzem massa óssea, alteram propriedades da composição corporal e apresentam maior risco de fratura, principalmente em idades mais avançadas. No nosso estudo, encontramos parâmetros inferiores e presença de fraturas em uma população jovem, a qual não é habitualmente rastreada para as complicações citadas. Desenvolvemos protocolos de rastreio para diagnóstico precoce a fim de reduzir a morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida de indivíduos jovens com elevado risco de fraturas.