Novas culturas torcedoras: das arenas do futebol-negócio à resistência nas arquibancadas e redes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Irlan Simões
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8998
Resumo: Ao fim da edição 2016 do Campeonato Brasileiro Série A teríamos o momento ideal para o balanço dos impactos das novas arenas no futebol brasileiro. Era o terceiro ano desde a realização da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014, que encerraria o período de teste dos tão propalados legados da Copa . Neste trabalho investigamos aquilo que se convencionou chamar de nova cultura torcedora : a alteração do público dos estádios e da aplicação de um novo conceito de consumo esportivo, na seleção desse público, através do encarecimento dos ingressos, e na mudança do padrão de comportamento, agora mais passivo, individualizado e orientado para o consumo. No entanto, na contra corrente desse fluxo aparentemente inevitável de transformações do futebol local, detectamos experiências coletivas de torcedores que contestavam essas mudanças, e reverberavam um fenômeno já notado no epicentro da indústria do futebol global: movimentos de resistência torcedora à mercantilização do futebol, que começavam a borbulhar no caldeirão dos legados das novas arenas. São duas noções conflitantes, dialéticas, que irrompem como consequências diretas da (tentativa de) transformação dos estádios e das torcidas do Brasil. Duas novas culturas torcedoras que deveriam ser investigadas no fechamento desse ciclo pós-Copa . Desse modo, buscamos traçar o histórico de desenvolvimento da indústria do futebol a partir do estudo dos seus quatro elementos principais: clube, jogador, estádio e torcida. Esforço feito com o objetivo de estabelecer os pressupostos preliminares para a formação de uma economia política crítica do futebol. Num segundo momento focamos no estudo dos estádios e das torcidas para examinar essas novas culturas torcedoras a partir do Cruzeiro Esporte Clube e Sport Club Internacional. No segundo capítulo buscamos compreender o surgimento do conceito de consumo esportivo entendido como arena multiuso , e como esse implica nas mudanças que detectamos, através de uma pesquisa quantitativa, no Mineirão e no Beira-Rio. O terceiro capítulo completa o estudo buscando investigar os movimentos de resistência torcedora à mercantilização do futebol, para compreender as experiências da Resistência Azul Popular e do Povo do Clube, respectivamente, agora em caráter qualitativo