A estrangeiridade de uma educação errante inspirada nas peraltagens das Aventuras de Pinóquio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Martins, Fabiana Fernandes Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17833
Resumo: O que pode a vida de Pinóquio nos fazer aprender sobre educação? Quais sentidos As aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi, negando significações a priori, podem produzir? Com um boneco de madeira manipulável, vemos surgir a possibilidade de se pensar uma educação que abdica da teleologia formativa, afirmando-se errante. Errante, aqui, tem duplo sentido: tanto um sentido de movimento, de um caminhar sem rumo pelo mundo, quanto um sentido de erro, equívoco. Com inspirações no método cartográfico, a presente tese tenta ler o clássico conto de Collodi de modo distinto ao habitual, que usualmente entende que Pinóquio é um personagem de um romance de formação. Para tanto, a tese começa por problematizar o pressuposto da identidade que, servindo como um ponto referencial, constrói conceitos como igualdade e pertencimento. Em seguida, passa a pensar a partir da filosofia da diferença, cuja força consiste em questionar nosso narcisismo antropológico, nos forçando a pensar o modo como vivemos a vida. Quando a diferença deixa de ser vista como uma derivação da identidade, a imagem do estrangeiro aparece como uma inflexão interessante para pensar a alteridade. Procuramos, a partir de então, pensar três planos distintos, intitulados de “estrangeiridade da filosofia”, “estrangeiridade do eu” e “estrangeiridade da infância”. Esses três planos nos levam a construção de um mapa de rastros deixados por Pinóquio, que tem suas aventuras sempre quando sai, justamente, em direção à escola. Errando por caminhos aleatórios, seguindo seus afetos e desejos, Pinóquio se distancia do seu destino, criando para si uma “educação errante”. Nesse sentido, As aventuras de Pinóquio não tratariam da construção de identidade de um sujeito, como no romance de formação, mas dos processos de diferenciação de um boneco que tenta, não sem dificuldade, afirmar-se como um novo no mundo. No limite, é uma marionete de madeira, irreverente e peralta, que nos faz pensar se não somos todos um projeto fracassado de marionete. A pergunta que fica é: o que mais poderia fazer aprender o devir-Pinóquio?