A Educação Ambiental nos projetos de Parcerias Público-Privadas: da cooptação à produção de consenso
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17050 |
Resumo: | A pesquisa analisou a relação entre as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e as práticas de Educação Ambiental, como processo de cooperação entre o Estado, representado pelo poder público municipal e a empresa transnacional Monsanto. O objetivo geral da pesquisa foi apreender as estratégias de obtenção do consenso utilizadas no processo de constituição das parcerias público-privadas. Busquei interpretar as intenções, os mecanismos e as estratégias presentes nessa relação, compreendidos como instrumentos pelos quais a prática de educação ambiental é redirecionada para formar determinados valores, habilidades e capacidades no âmbito do contexto investigado. A categoria central do estudo foi a hegemonia, o que me possibilitou identificar os aspectos político-ideológicos do fenômeno que compõem o processo de direção e controle das relações sociais naqueles territórios. A institucionalização das Parcerias Público-Privadas tem sua origem na reforma do Estado ocorrida entre as décadas de 1980 e 1990. Buscamos conhecer o fenômeno demonstrando sua conexão com o modo de produção e reprodução capitalista, revelando suas contradições e implicações para as políticas e práticas de educação ambiental. As questões que direcionaram a investigação foram: Quais os elementos de consenso que se apresentam nas práticas de EA, no contexto escolar, a partir da efetivação das parcerias? 2) Qual o papel que a EA, enquanto política pública, passa a desempenhar no quadro das questões socioambientais do contexto investigado impactada pelo movimento de hegemonia do capital? A pesquisa ocorreu em alguns municípios do Estado de Mato Grosso, inseridos na região que compõe o circuito do agronegócio, e concentra uma forte atuação comercial de multinacionais (Syngenta, Monsanto, Bayer), fornecedoras de produtos para esta atividade econômica. O espaço regional, nas últimas décadas, vem se consolidando como grande produtor de comodities, sendo determinante na transformação territorial, especialmente no tocante ao uso da terra, onde a expansão e intensificação da agropecuária constitui-se fator determinante na dinâmica econômica e ambiental. A pesquisa concluiu que os projetos de parcerias público-privadas, desenvolvidos pela Monsanto nas escolas investigadas, cumprem o papel de indutores do movimento de recomposição da hegemonia burguesa, transformando a educação ambiental em instrumento de produção de hegemonia nos territórios do agronegócio. A educação ambiental, no contexto das políticas públicas, é considerada instrumento de sensibilização, de conscientização, de diálogo e de assimilação de diferentes saberes que transforma as relações sociais e redefine a forma como as pessoas se relacionam e interferem no meio natural. Nesse sentido, a pesquisa constitui-se também, uma reflexão sobre o papel que cabe à educação ambiental crítica, enquanto instrumento de problematização dos processos de degradação ambiental, e sua contribuição para suscitar mudanças em direção à cidadania e à ética ambiental. |