A inocência infantil como potência do falso: platôs entre as fábulas de Platão e a criança de Nietzsche-Deleuze

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nascimento, Aldo Antônio Tavares do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18802
Resumo: O intento desta Dissertação é mostrar que, entre Platão e Nietzsche, longe de haver afastamento filosófico, vigora entre ambos uma composição de signos (para este) ou de conceitos (para aquele) a possibilitar a compreensão deste conceito comum aos dois filósofos, qual seja, o de Entre. Com isso, entendemos que, sem a devida apreensão desse signo ou desse conceito, a tecedura entre Platão e Nietzsche obstrui-se e, quando afirmamos fios que atravessam esses dois filósofos, asseveramos uma costura entre A república e Assim falou Zaratustra por meio da caverna-criança, por meio do guardião-sacerdote. Após pensarmos o Entre nobre nas obras A república e O príncipe e o Entre falso em O sofista e Hamlet, esta Dissertação atém-se à criança como terceiro elemento em A república e como terceira metamorfose em Assim falou Zaratustra, sempre admitindo a relação de poder entre a tenra idade e a política na medida em que a criança é potência do falso. Para tanto, uma vez dentro da alegoria da caverna, a Pesquisa dobrou suas linhas sobre o que é o falso, onde crianças, com seus corpos imóveis, olham de forma fixa sombras projetadas na parede, o que nos proporcionou a tecer sobre o ato estético de brincar. Defende-se nesta Dissertação que a reversão do platonismo – aliás, já realizada pelo próprio Platão e ampliada por Nietzsche – acontece nas páginas de Assim falou Zaratustra, onde a terceira metamorfose nietzschiana reverte o terceiro elemento platônico e, para tanto, interpretamos as Primeira e Segunda Partes dessa obra literário-filosófica a fim de apresentar o contraste entre a força triste-reativa do asno e do sacerdote e a força alegre-ativa da criança, mostrando que ambas as forças realizam não o combate-contra – combate esse que cabe à segunda metamorfose, à do leão -, e sim o combate-entre, conceito pensado por Gilles Deleuze em Crítica e clínica. Considerando que o conceito de Entre atravessa toda Dissertação de Mestrado, pergunta-se o que pode o Entre e finaliza-se, ainda que breve, com Deleuze, pois o filósofo francês amplia esse conceito enquanto herdeiro da composição Platão-Nietzsche.