Efeito do consumo de café sobre o remodelamento do tecido adiposo em modelo murinho de obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Martins, Bruna Cadete
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19502
Resumo: A obesidade é um problema de saúde pública mundial, de origem multifatorial com repercussões negativas à saúde levando ao aumento da massa de tecido adiposo (TA). O TA é composto por diferentes células, dentre elas os adipócitos. Os adipócitos podem ser brancos, caracterizados como reservatório energéticos, ou adipócitos marrons, especializados na produção de energia, dissipando-a na forma de calor, aumentando assim o gasto energético. Adicionalmente, os adipócitos classificados como beges, que são adipócitos do tecido adiposo branco (TAB) que expressam genes termogênicos semelhante ao do tecido adiposo marrom (TAM), caracterizando o efeito conhecido como browning. Estudos recentes demostram que transdiferenciação do TAB a TAM pode ser mediada por compostos bioativospresentes nos alimentos. O café é um alimento popular, rico em compostos bioativos que apresentam efeitos biológicos resultantes da ação sinérgica destes compostos. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito preventivo e terapêutico do consumo de café sobre os aspectos metabólicos e moleculares do remodelamento do tecido adiposo em modelo murino de obesidade induzido por dieta hiperlipídica. Cinquenta camundongos da cepa C57BL/6 com 90 dias de vida foram divididos em três grupos: Controle (C) dieta padrão AIN-93M (n=10); High-fat (HF) dieta hiperlipídica dieta rica em banha de porco com 50% de energia proveniente de lipídeos (n=25) e café prevenção (HF-CP) dieta rica em banha de porco com 50% de energia proveniente de lipídeos adicionada de 1% p/p de café (n=15). Após 10 semanas, o grupo HF deu origem ao grupo café tratamento (HF- CT) dieta rica em banha de porco com 50% de energia proveniente de lipídeos adicionada de 1% p/p de café (n=15). Ao final do experimento, na 14° semana, o grupo HF-CP apresentou massa corporal inferior ao grupo HF (-8%, p<0,05) e melhor distribuição do TA, com maior massa para o compartimento de TAB subcutâneo, do TAM e redução do TAB visceral. Além disso, os adipócitos do TAB epididimário do grupo HF-CP apresentaram menor hipertrofia e menor área seccional média. No grupo HF-CT houve tendencia de melhora na morfologia. Ambos os grupos que receberam café associados a dieta hiperlipídica apresentaram melhora no metabolismo de glicose quando comparados ao grupo HF, o teste de tolerância à glicose do grupo HF-CP foi semelhante à do grupo C, e embora o grupo HF-CT, não tenha se igualado ao mesmo valor do grupo C, foi inferior ao grupo HF (-8%, p<0,05). O consumo de café preveniu a hiperinsulinemia e hiperleptinemia no grupo HF-CP, esse grupo não desenvolveu RI e no grupo HF-CT a hiperinsulinemia foi atenuada. A concentração plasmática de IL-6 foi reduzida nos grupos tratados com café quando comparados ao grupo HF, redução maior no grupo HF- CP. A expressão de genes envolvidos na termogênese adaptativa e biogênese mitocondrial (PPARγ, PRDM16, PCG1α, Rβ3A, UCP-1, OPA-1) foi superior no TAB e no TAM dos animais HF-CP e HF-CT, sendo no modelo de prevenção mais efetivo, assim como, a imunofluorescência da UCP-1 no TAM desses animais. O café apresentou melhores efeitos quando consumido de maneira preventiva com melhor remodelamento do TA, com manutenção do fenótipo marrom, atividade termogênica. Além disso, foi capaz de atenuar o ganho de massa corporal, melhorar a homeostase da glicose e da leptina. Quando consumido após a indução da obesidade, como tratamento, não foi tão efetivo quanto á prevenção, porém, também houve melhor remodelamento do TA com atenuação do whitening, maior expressão de genes termogênicos e reversão da hipersinsulinemia.