Descendentes de Eva: religiosidade colonial e condição feminina na Primeira Visitação do Santo Ofício à América portuguesa (1591-1595)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Reis, Marcus Vinícius
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13618
Resumo: A chegada de Heitor Furtado de Mendonça em 1591 à Capitania da Bahia inaugurou um contexto em que a presença do Tribunal do Santo Ofício português se tornaria mais incisiva no Novo Mundo. Presença motivada, principalmente, pela presença maciça de cristãos-novos nesse espaço e as constantes preocupações de que esses indivíduos, recém-convertidos ao catolicismo, pudessem estar retornando à sua antiga religião, o judaísmo. A Visitação assumiu, contudo, outros contornos durante os cinco anos em que vigorou na América. Blasfêmias, bigamia, sodomia, bestialismo, luteranismo, islamismo, desvios do próprio corpo clerical além de todo e qualquer erro de doutrina foram alvos das autoridades. Os desvios em torno da feitiçaria, por sua vez, também integraram as investigações do Visitador, tendo na participação considerável da mulher como elemento relacionado a esse delito. Nesse sentido, essa dissertação tem por interesse investigar com base na noção de gênero essa relação entre a figura feminina e o interesse por práticas mágico-religiosas voltadas para a intervenção no sobrenatural no contexto em questão, partindo da hipótese de que houve uma influência de uma pedagogia do medo bem como a apropriação do contexto misógino vigente tanto na participação ativa nessa relação em busca de reconhecimento social , no interesse em intervir nos destinos por meio, sobretudo, de mediadoras e no ato de denunciar por feitiçaria as mesmas mulheres que dantes eram seus alvos nesse interesse pelo sobrenatural, contribuindo, inclusive, na construção de dois processo inquisitoriais voltados para esse crime: contra Felícia Tourinho e Maria Gonçalves.