Avaliação in vitro da capacidade da formação de biofilme, investigação dos mecanismos de resistência e virulência utilizando ensaios in vivo com larvas de Galleria mellonella com amostras de Staphylococcus capitis e Staphylococcus hominis

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Olivella, Julianna Giordano Botelho
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas; Brasil; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
• Palavras-chave em Português: Bloodculture; Biofilm; Multidrug-Resistance; Bovine Pericardium; Biofilmes – Efeitos dos fármacos; Staphylococcus capitis – Patogenicidade; Staphylococcus hominis – Patogenicidade; Resistência microbiana a medicamentos; Hemocultura; Multirresistência; Pericárdio bovino; Galleria mellonella; CIENCIAS BIOLOGICAS::MICROBIOLOGIA::MICROBIOLOGIA APLICADA::MICROBIOLOGIA MEDICA
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22200

Staphylococcus coagulase-negativa (SCoN), membros da microbiota residente da pele humana, apresentam potencial de causar infecções oportunistas, sobretudo quando ocorre o rompimento da barreira cutânea. Dentre os SCoN, Staphylococcus capitis e Staphylococcus hominis destacam-se como uma das espécies mais frequentes em infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e a sua letalidade está diretamente associada à expressão de fatores de virulência e resistência aos agentes antimicrobianos por esses microrganismos. O estudo teve como objetivo a investigação dos aspectos fenotípicos de mecanismos de interação com superfícies abióticas e bióticas e com Galleria mellonella, e analisar genotipicamente os fatores de virulência e de resistência aos agentes antimicrobianos de amostras de S. capitis e S. hominis isoladas de hemoculturas. Foram isoladas 18 amostras de SCoN provenientes de hemoculturas de pacientes hospitalizados no HUPE/UERJ, sendo 12 amostras da espécie S. capitis e 6 amostras da espécie S. hominis. Foram determinados 6 perfis multirresistentes e 1 de não-multirresistência, sendo que todas as amostras foram consideradas sensíveis a vancomicina, teicoplanina e linezolida, enquanto 66,67% das amostras foram gentamicina-resistentes e 77,78% moxifloxacino-resistentes. O gene mecA foi detectado em 91,67% e 83,33% das amostras de S. capitis e S. hominis respectivamente. Já a produção de slime foi observada em 41,67% das S. capitis e 33,33% das S. hominis e todas as amostras foram capazes de aderir a superfície abiótica do vidro. Todas as amostras de S. capitis foram capazes de produzir biofilme na superficie hidrofóbica do poliestireno em diferentes intensidades, contudo 66,67% das amostras S. hominis não possuíram essa capacidade. Em relação a hidrofobicidade, 66,67% das amostras S. capitis e 83,33% das S. hominis foram consideradas hidrofílicas, enquanto hidrofóbicas 33,33% de S. capitis e 16,67% de S. hominis foram hidrofóbicas. Todas as 6 amostras representativas utilizadas no estudo foram capazes de produzir biofilme na superfície de aço e na superficie do pericárdio bovino, em todos os tempos propostos, além da superfície dos cateteres de poliuretano e silicone, formando um tapete espesso, confirmados também na análise por MEV. Foi detectado para 91,67% das amostras de S. capitis a presença do gene icaA, 75% do gene atl, 25% do gene bap e 16,67% do gene fbp. Para S. hominis, foi detectado a presença do gene icaA em 66,67% das amostras, 16,67% do gene atl e 16,67% do gene fbp. Nenhuma amostra foi positiva para os genes aap, epbS e fnbA. Foi possível observar nas 6 amostras representativas do estudo, a associação as células Detroit 562 e a capacidade de letalidade variável quando utilizado o modelo in vivo de G. mellonella, com mediana de sobrevivência no terceiro dia em 83,33% das amostras e com curvas sem diferença estatística, exceto a H15 (S. hominis). O aumento no número de infecções e aspectos multifatoriais, que favorecem a patogenicidade tanto de S. capitis quanto S. hominis, devem continuar sendo investigados, uma vez que, a disseminação da multirresistência no ambiente hospitalar, têm se tornado um crescente desafio para a saúde pública.