"Laboriosa mocidade, emblema da Virtude, da Honestidade e do Progresso": o caso do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (1856 – 1861)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Prado, Carlos Henrique Mattos do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17715
Resumo: Esta pesquisa aborda a problemática da formação técnica no campo das “artes e ofícios” na segunda metade do século XIX, na Corte imperial. Uma primeira aproximação com esta questão se deu por intermédio do estudo do impresso intitulado - O Brazil Artístico – Revista da Sociedade Propagadora das Bellas-Artes do Rio de Janeiro (Nova-Phase), relançado na Cidade do Rio de Janeiro- então Capital da República, em março de 1911. Nessa ocasião, a Revista reeditou os seis primeiros números deste periódico, publicados em 1857, tendo sido inicialmente encontrada na hemeroteca da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (USP) e, logo após, na seção de obras raras da Biblioteca Nacional (BN). Nas reedições surgiram as primeiras manifestações acerca da necessidade de implantação do ensino profissionalizante e da criação de um Liceu de Artes e Ofícios na Corte, inaugurado em 1858. Das pautas privilegiadas do conteúdo da revista O Brazil Artístico o ponto mais central consiste nos discursos que pregam a urgência da educação profissional no país para atender à “mocidade laboriosa” destituída de capital material e cultural, o que remete ao arcabouço teórico-metodológico propostos por Bourdieu e Passeron (1992).Deste modo, no trato com este impresso, procurou-se analisar o processo da produção, materialidade, circulação e o projeto editorial, destacando-se os enunciados regulares que privilegiam a defesa da criação de uma instituição profissionalizante, de caráter privado, no contexto histórico do séc. XIX. A análise do impresso permite pensar a respeito do seu papel na criação, organização e fortalecimento do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, tanto no período em que o impresso foi criado, quanto na fase inicial da instituição e na compreensão dos arranjos arquitetônicos, estes conjecturados na pesquisa a partir dos estudos de Michel Foucault (2003). Considerei, ainda, a conjuntura educacional e as tensões políticas internas e externas das instituições envolvidas, por intermédio das quais foi possível observar agentes, procedimentos, saberes e rede institucional mobilizada em torno da pauta do ensino dos ofícios e do desenho artístico apresentados nos estatutos das duas instituições. A partir destas nuances, foi possível investigar as Instituições voltadas exclusivamente para a formação de mão de obra especializada na capital do Brasil na segunda metade século XIX, a criação e a organização de uma rede de Liceus de Artes e Ofícios, bem como as relações com experiências e iniciativas assemelhadas no Brasil e no exterior. Por fim, a investigação permitiu refletir a respeito da organização e distribuição de uma rede institucional mobilizada em torno da pauta de ensino e da formação técnica ou da “luta em prol das belas artes, do seu desenvolvimento em uma terra que possui verdadeiros talentos artísticos e onde sobejam aptidões para o belo”, como consta na apresentação dos redatores da revista O Brazil Artístico, em 1911.