Do pessimismo em dicção verista: modulações do narrador “sincero e desapaixonado” em Giovanni Verga
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18358 |
Resumo: | Propomos, neste trabalho, um levantamento da fortuna crítica de Giovanni Verga, a qual, aparentemente, se mostra contraditória diante dos aspectos analisados e estudados: o realismo e o pessimismo. Verga é considerado pelos seus leitores o gênio da impessoalidade, um escritor que propõe nos seus textos a presença de um narrador invisível e que, de acordo com os estudiosos, consegue cristalizar com perfeição essa proposta. Acontece que, por outro lado, o mesmo autor é relacionado, em muitos casos, a interpretações que encontram, no seu texto, um certo grau de pessimismo, um pessimismo que muitas vezes, é verdade, se encontra apenas no plano do enredo, mas que, em certos instantes, como no caso d’Os Malavoglia, seu romance mais conhecido, é encontrado também na figura do narrador, o que marca, de imediato, certo grau de subjetividade por parte deste. À frente disso, portanto, temos uma leitura que soa de fato contraditória, o que nos impulsiona a investigar outras engrenagens narrativas trabalhadas pela mesma figura do narrador verguiano, como as adjetivações e as comparações, que explicitam a sua subjetividade e rasgam de uma vez por todas aquela capa de invisibilidade proposta pelo seu autor. Neste trabalho, então, nos aprofundaremos no entendimento da escola verista, corrente estética italiana da qual Verga é considerado o principal expoente, e em alguns aspectos do gênero romance, tomando como base diversos teóricos da literatura, para investigar as oscilações que existem na obra verguiana, oscilações que decerto desconstroem uma leitura puramente realista, objetiva e impessoal sobre o escritor enfatizado. Para além de catalogações mais limitadas e mais domesticadas, Verga pode ser compreendido e interpretado como um artista versátil, multifacetado, marcado por modulações no interior das suas narrativas, um tipo de estilo que, mais do que limitá-lo a um ou outro tipo de chave de leitura, o alçaria a um status de hábil romancista e contista caso levemos em conta, sobretudo, o heterodiscurso segundo Bakhtin. |