“Tão singular como os olhos é o olhar”: mulheres viajantes no Rio de Janeiro oitocentista, suas visões de civilidade e de educação
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20787 |
Resumo: | As mulheres sempre viajaram, no entanto, o século XIX foi o período em que, de coadjuvantes muitas viajantes se tornaram protagonistas da história e da sua própria história ao adentrarem em um campo majoritariamente masculino, se lançando por terras distantes e desconhecidas, desafiando os perigos e os padrões preestabelecidos para o gênero feminino de sua época e registrando suas vivências em cartas e diários. Seja acompanhando seus maridos, com o intuito de pesquisar, em busca de aventuras ou de melhor condição de vida, a maioria das viajantes não deixou de lado a missão de trazer a “civilidade” e o progresso a um país rodeado por uma natureza bela e pródiga, porém, “atrasado” culturalmente aos olhos do europeu. Diante do exposto, o problema dessa pesquisa consiste em, a partir desses relatos, interrogar as narrativas sobre o contexto observado no Rio de Janeiro oitocentista, principalmente, os aspectos educacional e de civilidade descritos por elas em suas impressões registradas. Nesse sentido, esta tese defende que tais escritas (das mulheres viajantes estrangeiras) contribuíram para configurar as suas ações/impressões e movimentações nos planos da civilidade, caracterizada como uma experiência educativa. Para responder à questão problema, o objetivo geral deste estudo é buscar nos relatos de viajantes estrangeiras elementos que possibilitem uma interpretação histórica sobre impressões e experiências deixadas por estas mulheres acerca dos aspectos educacional e de civilidade durante o Período Monárquico no Rio de Janeiro (1808-1889). Em um plano específico, os objetivos são analisar o processo que envolvia as viagens pelo oceano no século XIX; evidenciar a chegada no Rio de Janeiro a partir das primeiras impressões e experiências das viajantes; descrever as primeiras impressões sobre a cidade; localizar as viajantes que estiveram no Rio de Janeiro durante o período de estudo; verificar aproximações e distanciamentos entre as visões de cada uma das pesquisadas acerca do contexto educativo e possíveis colaborações com o projeto civilizador do Brasil no oitocentos. A pesquisa qualitativa e histórico-documental tem como fonte os diários e cartas, além de outros documentos de viagem. O referencial utilizado como aporte teórico dialoga com a obra de Roger Chartier (2004) e Jacques Revel (2009), fundamentais para a análise do binômio civilidade e educação; dialoga com a obra de Michelle Perrot (2005; 2019) sobre a história das mulheres, suas lutas e conquistas; com a obra de Peter Burke (2017) para refletir sobre o uso de imagens; Cunha (2019) e Mignot, Bastos e Cunha (2000) por serem diários, arquivos pessoais, e se encaixarem na perspectiva de egodocumentos, além do diálogo com produções acadêmicas sobre a temática, após uma minuciosa revisão de literatura, dentre elas, as obras de Miriam Lifchitz Moreira Leite (1984; 1997), referência no estudo de mulheres viajantes. A contribuição da pesquisa está no fato de ao analisar os diários íntimos de viajantes estrangeiras e demais documentos por elas produzidos, evidencia-se elementos que possibilitam uma interpretação histórica sobre impressões e experiências registradas acerca dos aspectos de educação e civilidade em terras brasileiras, mais especificamente no Rio de Janeiro. |