Acesso à universidade: dualismo, mérito e democratização em questão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mendes, Maíra Tavares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10418
Resumo: Em dezembro de 2012, o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), propôs o Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Paulista - PIMESP, apresentado como alternativa à reserva de vagas para acesso direto de estudantes de escola pública, negros e indígenas ao ensino superior público paulista. O objetivo deste trabalho é discutir o que sustenta a proposição do PIMESP, analisando discursos sobre acesso à universidade e suas condições de produção, fundamentando-se na Análise Crítica de Discurso como referencial teórico-metodológico. São analisados o discurso oficial (órgãos do Governo do Estado de São Paulo); o discurso institucional (atas das instâncias da Universidade de São Paulo); o discurso da mídia (Folha de São Paulo, Portal Fórum e Afropress); e o discurso dos movimentos sociais (Adusp, DCE da USP, Rede Emancipa de Cursinhos Populares e Frentes Pró-Cotas Raciais de São Paulo). As categorias que fundamentam a análise do PIMESP são o pressuposto da má qualidade da escola pública, a representação de negros e indígenas como objetos das ações de instituições, a oposição entre cotas e metas e o papel das tecnologias presentes no college proposto. O silenciamento é um dos elementos centrais nos discursos hegemônicos sobre o PIMESP (discurso oficial, discurso institucional e discurso da mídia hegemônica), especialmente quanto às desigualdades raciais e autoria/circulação dos textos. Identifica-se uma polarização de discursos sobre acesso à universidade, diferenciando o tipo de formação para classes distintas (dualismo): o discurso sobre o mérito, que lança mão do desempenho mensurável por meio de provas como critério de qualidade, para caracterizar as universidades públicas de prestígio; e o discurso sobre a democratização, fundamentado na formação voltada à inserção imediata no mercado de trabalho, reduzindo o sentido da formação à certificação ( educação interessada ). Entre estes dois polos há um continuum em que é delineada uma hierarquia tácita entre projetos de educação superior, deslizando o sentido de direito integral à universidade pública para o de acesso à educação terciária