Vozes que importam: mulheres negras na docência universitária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Camila Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19690
Resumo: A presença de mulheres negras, nas universidades brasileiras, como professoras, mostra-se escassa e nem um pouco representativa da população brasileira, composta por maioria de pessoas negras. A partir desse entendimento, busca-se investigar: Como mulheres negras tornam-se professoras universitárias? Através de conversas, dialogamos com três docentes negras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Com a orientação e as partilhas no grupo de pesquisa geni - estudos de gênero e sexualidade, decidimos complementar as narrativas com informações quantitativas sobre o quadro docente das seguintes instituições: Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além da UERJ. Em meio a distintos conteúdos, os conceitos de racismo institucional e os estudos do feminismo negro e do pós-estruturalismo contribuíram para as análises críticas que objetivam problematizar um histórico de segregação no magistério superior no Brasil. A dissertação se divide em quatro capítulos. O primeiro ocupa-se em situar as motivações e inquietações que deram início à pesquisa. O segundo introduz, de maneira aprofundada, a metodologia utilizada e os percalços encontrados. No terceiro, divulgam-se os índices compartilhados pelas instituições de ensino mencionadas anteriormente, com as inferências que as estatísticas permitem realizar. Na última parte, os relatos das docentes são exibidos de forma a relacionar as referências teóricas e o cotidiano. Por fim, sem a intenção de encerrar a discussão, concluímos que produzir uma investigação científica proporciona diversos aprendizados: aprender a esperar e aprender a escutar são alguns deles. As narrativas apresentadas pelas professoras explicitam que, frente ao racismo e ao sexismo, sua presença em sala de aula configura-se como desafiadora, por ocupar um cargo de prestígio no ambiente universitário. As heranças racistas e sexistas da nossa sociedade precisam ser enfrentadas para que tal contexto mude e mulheres negras possam exercer, em maior número, a carreira docente no ensino superior, sem que seus corpos sejam cerceados. Também surge, nas análises, a necessidade de maior investimento institucional em (re)conhecer a composição do seu quadro do corpo docente, além da divulgação acessível dos resultados. Buscou-se na escrita das interrogações e inferências o enfrentamento ao racismo institucional e às disparidades de gênero, especialmente, olhando para as mulheres negras na docência universitária. À vista disso, esta iniciativa desenha-se como reivindicação para a transformação das salas de aula nas universidades brasileiras.