Supervisão clínico-territorial: um dispositivo de transmissão e formação de equipes de atenção psicossocial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Barleta, Cleuse Maria Brandão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14570
Resumo: Nossa proposta neste estudo foi tomar a supervisão como categoria articulável no campo da psicanálise, compreendendo-a como dispositivo clínico de transmissão, que promove efeitos na "formação" dos operadores no campo da saúde mental estes apreendidos na sua ação que funciona na lógica de certa modalidade do coletivo regido pelo um-a-um-em-muitos e não na lógica dos grupos a partir de atos nela praticados (intervenções faladas, atos propriamente ditos, interrogações, interpelações e outros). Assim, a supervisão clínico-territorial refere-se a uma estrutura discursiva na qual o supervisor opera ancorado na função de analista e se volta a outros, os profissionais da equipe de saúde mental, e as suas falas e seus atos são considerados como registros significantes, ou seja, manifestações da linguagem. Esta tese pretende dar sustentação à demonstração de que a supervisão clínica preconizada pela política pública de saúde mental ancora-se em princípios teóricos que norteiam a práxis psicanalítica; sua fundamentação teórico-clínica alicerça-se na obra de Freud. Dos diferentes desdobramentos que a obra de Freud conheceu no tempo histórico do movimento psicanalítico, é no ensino de Lacan que encontramos os melhores fundamentos para este estudo. A supervisão clínico-territorial é considerada por nós uma prática psicanalítica que integra os dispositivos do que Lacan denominou psicanálise em extensão. No entanto, ela não se restringe ao plano de ensino, da transmissão e da "presentificação da psicanálise no mundo", tarefa princeps da Escola proposta por Lacan, e guarda, com a psicanálise dita em intensão, isto é, a experiência psicanalítica como tal, que se desenvolve entre psicanalista e psicanalisante, uma forte homologia. No caso da supervisão clínico-territorial de que se trata na presente tese, a dimensão do coletivo implica um lugar que denominaremos dobradiça entre psicanálise em intensão e psicanálise em extensão. O dispositivo analítico da supervisão clínico-territorial constitui um modo de fazer num espaço coletivo de dizer sustentado por uma prática clínica de escuta das equipes de saúde mental. Essa prática é pautada por uma ética que leva em conta a experiência singular e o desejo de cada um e procura fazer o reconhecimento das determinações inconscientes que regem as escolhas, as condutas e os modos de pensar de um sujeito