Comparação de dados de aquisição domiciliar e consumo alimentar individual: Pesquisa de Orçamentos Familiares, 2008-2009.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Dayan Carvalho Ramos Salles de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/3923
Resumo: No Brasil, as Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) são coletadas periodicamente e fornecem informações sobre a composição orçamentária e condições de vida no nível domiciliar. A POF de 2008-2009 foi a primeira, e única até o momento, que incluiu informações sobre consumo alimentar individual. Até então, o que se conhecia sobre a alimentação na população brasileira, subpopulações e tendências, eram inferidos a partir de dados de aquisição de alimentos, e não de consumo efetivo. O que a população relata consumir no inquérito alimentar pode diferir do que a mesma registra no inquérito de compras: vários itens são predominantemente consumidos fora do domicílio; outros são utilizados predominantemente como ingredientes em preparações, há desperdício entre o que o se compra e o que se consome. Assim, os objetivos deste estudo são: comparar as médias de aquisição e consumo de alimento, e propor equações de predição da média de consumo a partir dos dados da aquisição de alimentos. Foram utilizadas informações de 55.970 domicílios amostrados na POF 2008-2009. A coleta de informações de aquisição de alimentos foi feita por meio da Caderneta de Aquisição Coletiva, preenchida pelos membros do domicílio pelo período de 7 dias. O Inquérito Nacional de Alimentação (INA) foi conduzido em um subamostra dos domicílios participantes da POF. Para estimativa do consumo alimentar, indivíduos com 10 anos ou mais preencheram dois registros de 24 horas em dias não consecutivos. Os alimentos foram agrupados a partir de adaptações aos grupos de alimentos que já vinham sendo acompanhados pelas POF anteriores e foram calculadas as médias per capitas para cada estrato geográfico, através da divisão do total de alimento relatado pelo total de pessoas amostradas no estrato. Em função da distribuição assimétrica e inflada de zeros da variável consumo alimentar, foi utilizado modelo de duas partes para a predição do consumo, em que a primeira parte modela a probabilidade de consumo utilizando modelo logístico, e a segunda parte modela a quantidade consumida utilizando regressão Gama para valores positivos de consumo. A aquisição domiciliar superestima o consumo de cereais (258g e 189g, aquisição e consumo respectivamente), laticínios (137g e 62g) e doces totais (66g e 34g); ao passo que subestima principalmente para leguminosas (66g e 187g), FLV (118g e 152g), massas (27g e 45g) e carnes (82g e 155g). Quando a comparação foi feita em relação ao percentual de contribuição calórica, as diferenças se tornaram menos importantes. As equações de predição foram capazes de predizer a média, com boa qualidade de ajuste do modelos para a maioria dos itens.