Cinema, cultura e consumo: a espetacularização do espetáculo no Brasil pós-Embrafilme

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Gonçalves, Glauber Piva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14968
Resumo: Este estudo busca compreender as políticas públicas para cinema no Brasil após o fim da Embrafilme e do Concine, em 1990, levando em consideração o redesenho do espaço urbano no país neste período, com intensa relação entre o parque exibidor cinematográfico, a expansão da indústria dos shopping centers e o comportamento do mercado global. A partir dos escritos, principalmente, de Theodor Adorno e Walter Benjamin, sobre a Indústria Cultural, de Hanna Arendt, sobre consumo e o filistinismo burguês, de Marilena Chauí, sobre políticas públicas de cultura e a noção de cidadania cultural, de David Harvey sobre o espaço urbano, de Guy Debord, que tratou da sociedade do espetáculo, e de Carlos Nelson Coutinho, sobre questões relativas a representação e hegemonia, buscamos analisar o comportamento do Estado brasileiro quando das decisões relativas ao cinema e, também, em sua interação com a cidade contemporânea. A distribuição das salas de cinema pelo país, do ponto de vista geográfico e econômico, e o modelo de fomento indireto baseado no incentivo fiscal tornaram-se condicionantes centrais da produção de filmes que se instituiu no período. A submissão das políticas de apoio ao cinema à lógica corporativa de expansão dos shopping centers e de governança urbana articulada com o desenvolvimento capitalista global, evidencia que elas estão mais sintonizadas com a lógica do entretenimento do que com a de cultura, produzindo, assim, a consequente submissão de nossa cinematografia às condições objetivas de acesso aos filmes. Considerando que as últimas três décadas consagraram os shoppings como território adequado para o fluxo de uma ética e uma estética próprias às elites brasileiras, a simbiose entre salas de cinema e shopping centers foi também a tradução do constrangimento do financiamento público à lógica do mercado. Não por outro motivo, as políticas para o cinema brasileiro se prestaram mais a estimular o lazer do que em fortalecer expressões de diversidade e pluralidade cultural, liberdade, criatividade e experimentalismo de linguagem